Médico alerta sobre riscos da fumaça que encobre Manaus: ‘Não saiam de casa’


Capital do Amazonas é o epicentro de uma grave crise ambiental que atinge todo o estado. O problema é potencializado pelas queimadas que, em todo o Amazonas, somam mais de 15 mil nos últimos três meses. Manaus (AM) amanhece coberta por fumaça neste sábado (4).
SANDRO PEREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
O infectologista Nelson Barbosa alertou a população sobre os riscos de exposição à fumaça que encobre Manaus. Neste sábado (4), o problema se acentuou ainda mais e a qualidade do ar é péssima.
‘Onda’ de fumaça se torna mais densa sobre Manaus e fenômeno já dura uma semana; FOTOS
Fumaça que voltou a encobrir Manaus vem de alto número de queimadas no Pará, diz governo do AM
A capital do Amazonas é o epicentro de uma grave crise ambiental que atinge todo o estado. O problema é potencializado pelas queimadas que, em todo o Amazonas, somam mais de 15 mil nos últimos três meses. Outubro, inclusive, foi o pior mês em relação aos incêndios dos últimos 25 anos. Com o problema, nasce outro, que é a fumaça.
Essa já é a segunda vez que Manaus enfrenta uma onda de fumaça constante. A primeira vez ocorreu no início de outubro e, segundo o Ibama, o problema foi causado pelas queimadas feitas por agropecuaristas. Dessa vez, o fenômeno, que já dura uma semana, se intensificou na madrugada de sábado e a qualidade do ar piorou muito em quase todas as zonas da cidade (leia mais abaixo).
Onda de fumaça que encontre Manaus se torna mais densa.
Matheus Castro/g1
Para o infectologista, é preciso ter atenção com os grupos de risco, principalmente crianças, idosos e gestantes: “Além disso tem também as pessoas portadoras de doenças pulmonares crônicas, como a asma que, quando expostas, tem um aumento significativo de crises. E ainda temos também os cardíacos, que precisam redobrar cuidados”.
Para “minimizar” os efeitos da fumaça dentro de casa, o médico também deu dicas para a população:
Deixar casas/apartamentos fechados;
Ocluir frestas de janelas/portas com toalhas moalhadas;
Distribuir bacias com água em ambientes com fechados;
Ingerir bastante líquido;
Evitar realizar exercícios físicos ao ar livre;
E usar máscaras de proteção.
“Precisamos redobrar os cuidados e voltar a usar máscaras. Quem puder, fique em casa, evite se expor a isso, feche tudo o que puder. Se for sair, se proteja”, finalizou.
Problema se agravou neste sábado
Onda de fumaça que encontre Manaus se torna mais densa.
Matheus Castro/g1
Na madrugada deste sábado (4), no entanto, o problema que já era grave, piorou ainda mais. Por volta de 1h, Manaus voltou a ficar totalmente encoberta. O cheiro de queimadas também invadiu casas e incomodou.
Segundo o “Selva”, sistema desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em quase todas as zonas da cidade, a qualidade do ar era péssima.
O aplicativo que considera que o ar é péssimo entre 125 a 160, mostrou que por volta das 1h30 da manhã, o índice chegou a 600 na Zona Sul da cidade e variou entre 200 e 400 na Zona Leste.
Durante a manhã o problema persiste e pontos da cidade estão totalmente encobertos. A visibilidade é baixa e até o sol mudou de cor. O tradicional amarelo deu lugar a raios laranjados. De acordo com o Selva, a Zona Sul da capital do Amazonas continua a ser a mais afetada pelo fenômeno.
Com o problema, muitas pessoas voltaram a usar máscaras para sair de casa na manhã de sábado.
Em Parintins e em Maués, no interior do estado, o problema também está fazendo parte da rotina dos moradores. Em Parintins, o fenômeno encobre a outra margem do Rio Amazonas.
Em nota, o Governo do Amazonas disse que o fenômeno é causado por queimadas ocorridas no estado do Pará e, em menor intensidade, na Região Metropolitana de Manaus. O estado afirmou ainda que, com a baixa precipitação, a massa de calor sobre Manaus deve continuar a interferir na qualidade do ar para os próximos dias, uma vez que partículas de fumaça encontram dificuldades em se dispersar nessas condições.
Já o Governo do Pará disse que não tem confirmação de que a fumaça em Manaus seja proveniente do Estado. A Secretaria de Meio Ambiente informou que com o El Niño, o Pará enfrenta período de poucas chuvas e seca. A pasta ainda reforçou o efetivo e ampliou ações de prevenção e combate aos incêndios florestais.
Vídeos mais assistidos do Amazonas
Adicionar aos favoritos o Link permanente.