Alunos de escola quilombola da PB constroem foguetes com garrafa pet que voam até 117 metros: ‘gostaria de virar astronauta’


Dois estudantes foram medalhada de ouro na olímpiada de astronomia e na mostra de foguetes, sendo classificados para etapa nacional da OBA. Estudantes de escolas públicas são classificados para Olimpíada de Astronomia, em JP
Dois estudantes da escola municipal quilombola em Paratibe, João Pessoa, foram classificados para a etapa nacional da 27ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Com garrafas pet, canos de pvc, fitas adesivas e água, os dois garotos conseguiram construir foguetes que voam até 117 metros.
As professoras Raab Marques e Amanda Omar incentivaram os alunos da Escola Municipal Quilombola Professora Antônia Socorro Silva Machado a participarem da 27ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e da 17ª Mostra Brasileira de Foguetes. Os estudantes fizeram provas de conhecimento específico e montaram os foguetes, com a ajuda de Raab, professora de matemática.
“A gente de escola pública pode estar concorrendo de igual para igual com qualquer escola particular, porque temos em nossas escolas alunos com muito potencial”, afirmou a professora de matemática.
Alunos de escola quilombola da PB constroem foguetes com garrafa pet que voam até 117 metros
Reprodução/TV Cabo Branco
O foguete construído por Allan Silva, de 11 anos, voou 117 metros. A nota mínima no índice para competir na etapa nacional da olimpíada é 90 metros. Allan ficou 27 metros à frente e garantiu a medalha de ouro na mostra de foguetes.
Allan também foi classificado para disputar a 49ª Jornada de Foguetes na etapa nacional, em novembro, representando a escola e a Paraíba, no Rio de Janeiro.
Alunos de escola de João Pessoa utilizam garrafas pet, canos de pvc, fitas adesivas e água para construir foguetes
Reprodução/TV Cabo Branco
“Uma coisa tão simples pode se transformar numa coisa tão legal”, disse Allan sobre montar o foguete.
Nicolas Amorim, também do 6º ano da mesma escola, garantiu medalha de ouro na prova escrita da Olimpíada de Astronomia. E ainda pegou o bronze na mostra de foguetes.
“Eu já tinha visto sobre o assunto no quarto e quinto ano. Eu me interessei pela estética e pela astronomia”, afirmou Nicolas. “Gostaria até de virar astronauta”.
Os pais dos dois estudantes estão muito orgulhosos da conquista dos filhos. Ângela Silva, mãe de Allan, afirmou estar sem palavras para descrever o quanto estava feliz pelo filho.
Pais dos estudantes de João Pessoa estão muito orgulhosos com as medalhas de ouro na OBA.
Reprodução/TV Cabo Branco
O pai de Nicolas, Antônio Amorim, destaca a atitude das professoras e a importância dessa conquista para a escola. “Com essa atitude das professoras, a escola fica em destaque e as pessoas então começam a ver o ensino público de uma maneira diferente”, disse Antônio.
Para a professora de arte Amanda Omar, uma das incentivadoras, a participação nessas atividades contribuem no engajamento acadêmico dos alunos.
“Pra gente é super importante, porque os alunos que se empolgam na participação dessas atividades também estão participando regularmente das atividades curriculares da escola. São alunos que têm melhorado suas notas e tem tentado ser destaque. Os jogos e olimpíadas de conhecimento acabam fazendo com eles fiquem cada vez mais estimulados e participativos”, explicou a professora de artes.
Amanda ainda relatou a dificuldade de participar da etapa nacional apesar de terem o convite. “A gente ainda não conseguiu recursos para mandar ele [Allan] e a equipe responsável para o Rio de Janeiro. Estamos na batalha para conseguir os recursos”, informou a professora.
Apesar da conqusita, os estudantes não vão poder participar da etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. De acordo com o edital do evento, somente as professoras coordenadoras do projeto podem acompanhar as crianças.
Porém, uma das professoras está com uma gravidez de risco e não pode viajar, e os outros estão de licença. A Secretaria de Educação de João Pessoa ainda tentou encaixar outro professor, mas a coordenação da olimpíada não permitiu a troca.
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