Pianista paulista Hamleto Stamato cruza ‘Ponte aérea’ para tocar Baden e Jobim


Músico profissional desde 1988, o pianista paulista Hamleto Stamato Júnior celebra 30 anos de carreira com a edição do oitavo álbum solo, Ponte aérea (Fina Flor, 2018). Neste disco, produzido pelo próprio Stamato, o pianista – em foto de Márcia Moreira – forma trio com o baixista Augusto Mattoso e com baterista Erivelton Silva para reconstituir a atmosfera dos grupos que proliferaram ao longo da década de 1960, nas boates das cidades de Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), para tocar o samba-jazz derivado da carioca bossa nova.
O repertório do álbum Ponte aérea inclui duas músicas inéditas de autoria de Stamato, Samba pro pai (dedicado ao saxofonista e flautista paulista Hamleto Stamato Sobrinho, músico que saiu de cena em 1976) e a composição que dá nome ao disco. Contudo, o repertório é formado basicamente por standards do cancioneiro de compositores projetados na efervescência da cena musical gerada pela bossa já sexagenária.
Entre estes compositores, há os fundamentais Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) e Vinicius de Moraes (1913 – 1980), de cuja parceria Hamleto recria Garota de Ipanema (1962) e O morro não tem vez (1963), com liberdade estilística na criação dos arranjos e na interpretação dos temas.
Capa do álbum ‘Ponte aérea’, de Hamleto Stamato
Márcia Moreira
O repertório do álbum também abarca A rã (João Donato e Caetano Veloso, 1974) e Berimbau (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1963), além de duas composições do músico e maestro pernambucano Moacir Santos (1926 – 2006), Coisa nº 2 (1965) e April child (1972, parceria com Jay Livingston e Raymond Evans).
O título do álbum, Ponte aérea, alude tanto ao fato de o pianista viver entre Brasil e Holanda como à conexão entre as cenas musicais de Rio e São Paulo promovida nos anos 1960 pelo samba-jazz que pauta o disco instrumental de Hamleto Stamato.
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