‘Herói’ do punk brasileiro, Billy Bond tem o primeiro álbum solo reeditado em CD


Atualmente com 73 anos, Giuliano Canterini se tornou bem-sucedido produtor de comportados musicais de teatro encenados no Brasil. Contudo, a biografia de Canterini, vulgo Billy Bond na juventude roqueira, inclui passado punk conhecido por poucos. Nascido na Itália em 19 de novembro de 1944, mas criado na Argentina desde a infância, Canterini integrou banda de rock progressivo nessa estada portenha, na década de 1960, anos antes de vir para o Brasil.
Foi aqui no Brasil que, com o nome artístico de Billy Bond, o cantor e compositor flertou pioneiramente com o punk ao se tornar vocalista do Joelho de Porco na segunda metade dos anos 1970, período em que o grupo paulistano aderiu ao punk que revolucionava o rock nos Estados Unidos e, sobretudo, na Inglaterra.
Mas logo Bond partiu para a carreira individual, lançando em 1979 o primeiro álbum solo, O herói, que já expôs na foto da capa a inspiração punk. Até então raríssimo, este disco – produzido pelo próprio Bond e lançado pela gravadora Som Livre – está sendo reeditado pela primeira vez no formato de CD pelo selo carioca Discobertas.
O relançamento do álbum O herói possibilita a redescoberta do som roqueiro de Bond, parceiro de Pisca na música-título do disco e em composições como Porco de ouro, Yanka (Ela) e Mick Jagger. Detalhe: o repertório inteiramente autoral de O herói também inclui duas parcerias – Amigo da sua família e Tudo o que eu quero é um fixo – de Bond com Lee Marcucci, guitarrista e compositor do grupo Tutti Frutti.
Mesmo sem a fúria virulenta do genuíno punk, o som de Billy Bond influenciaria nomes do futuro rock brasileiro, como o lendário multimídia Kid Vinil (1955 – 2017). Curiosamente, foi ao longo da temporada de shows promocionais do álbum O herói que Billy Bond começou a se envolver com teatro, saindo dos holofotes para trabalhar nos bastidores como Giuliano Canterini.
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