Após liberação do IML, corpos de vítimas do acidente aéreo no AC são levados para cidade do Amazonas


Das 12 vítimas, cinco corpos já foram para Eirunepé, e as três seguem rumo a Envira nesta quinta-feira (2), onde haverá velório coletivo. Desastre aéreo matou 12 pessoas no dia 29 de outubro, em Rio Branco. Avião da ART Táxi Aéreo faz translado de mais três vítimas do acidente aéreo no Acre
Richard Lauriano/Rede Amazônica
Após o Instituto Médico Legal (IML) liberar, na manhã desta quinta-feira (2), mais três vítimas do desastre aéreo que matou 12 pessoas em Rio Branco, um avião da empresa ART Táxi Aéreo fez o translado dos corpos para o município de Envira, no interior do Amazonas, às 15h06 de quinta. Uma caixa com cinzas do local do acidente, bem como coroas de flores, também foram transportadas no mesmo voo.
LEIA MAIS:
Veja quem são as vítimas de voo que caiu com 12 pessoas no Acre
Acidente aéreo: Amostras de sangue de familiares são coletadas no PA para identificação dos corpos de piloto e copiloto
Desastre aéreo no AC: Corpos de cinco vítimas são liberados e seguem para Eirunepé (AM)
Município do AM decreta luto oficial após quatro habitantes morrerem em queda de avião no Acre
Todas as três vítimas transladadas são naturais da cidade. Confira abaixo:
Edineia de Lima – Servidora do município de Envira, segundo nota divulgada pela prefeitura do município. O corpo foi liberado nesta quinta pelo IML
Edineia de Lima – passageira
Arquivo pessoal
Antônio Cleudo Epifânio Mattos – Tinha 46 anos, era irmão de José Marcos, empresário do ramo de combustíveis e também teve o corpo liberado nesta quinta;
Antônio Cleudo Epifânio Mattos foi identificado nesta quinta-feira (2)
Reprodução/Redes Sociais
José Marcos Epifânio Mattos – irmão de Antônio, também era morador de Envira. O corpo já havia sido liberado no dia anterior, porém aguardavam a identificação do irmão para que os dois fossem transladados juntos.
Irmãos estão entre as vítimas da tragédia em Rio Branco.
Reprodução/Redes Sociais
Além de Edineia e Antônio, o corpo do piloto Cláudio Atílio Mortari também foi liberado nesta quinta. No entanto, ainda não há data para translado, já que as famílias do piloto e do co-piloto Kleiton Lima Almeida fizeram um acordo para que ambos sejam levados juntos para o Pará.
O corpo deste último ainda não foi identificado pelo IML. Apesar de estarem sendo liberados após a análise da arcada dentária , todos devem passar pelo exame de DNA.
Segundo a prefeitura de Envira, haverá velório coletivo até às 23h desta quinta no ginásio municipal. Em seguida, os corpos seguirão para as respectivas residências.
Coroas de flores também foram embarcadas em voo que leva três das 12 vítimas do desastre aéreo no Acre
Richard Lauriano/Rede Amazônica
Identificação
Quatro dias após o trágico acidente, o Departamento de Polícia Técnico-Científica já identificou nove dos 12 corpos das vítimas. Cinco foram transladados para Eirunepé (AM) ainda na quarta-feira (1). Familiares foram em um voo e os corpos em outro avião de pequeno porte.
Para a identificação do piloto e copiloto, foram coletadas amostras de sangue de familiares no Pará e enviadas ao estado. O material ainda não chegou, mas o diretor do Departamento de Polícia Técnico-Científica, Sandro Martins, disse que foi possível identificar o piloto por meio da arcada dentária e de outras informações.
Martins explicou ainda que não há previsão para que os três corpos sejam liberados, porque a identificação vai ser feita exclusivamente por DNA.
“Essa técnica que usamos [arcada dentária] e identificamos nove chegou ao limite, através dos estudos, exames e perícias. Então, foi até onde a ciência e técnica permitiu. Esses três restantes vão ser por outra técnica que é o exame de DNA, que é o confronto genético, e estamos prevendo a dificuldade devido ao estado das amostras, que estão muito degradadas e isso dificulta a análise de DNA. Por isso, reitero que os familiares tenham paciência, pois não temos como estimar prazo para liberar esses três corpos. As amostras estão chegando do interior e outras do Pará, chegando aqui o nosso laboratório de genética vai montar o caso e vai começar a trabalhar nas técnicas”, destacou.
As vítimas identificadas são:
Jamilo Motta Maciel, de 27 anos, era dentista e morava em Eirunepé;
Raimundo Nonato Rodrigues de Melo, de 32 anos, morava em Eirunepé. Ele era dentista e estava na capital acreana para fazer um curso;
Francisco Aleksander Barbosa Bezerra, de 29 anos. Também de Eirunepé, ele trabalhava como vigilante de carro forte e deixa uma filha de 7 anos;
José Marcos Epifanio, de 46 anos. Natural de Envira, ele era irmão de Antônio Cleudo, que também morreu no acidente, e empresário do ramo de combustíveis.
Clara Maria Vieira Monteiro (filha) e Ana Paula Vieira Alves, de Eirunepé. A mãe tinha 19 anos e a criança, 1 ano e 7 meses.
Cláudio Atílio Mortari (piloto) – Ele era natural de São Paulo, mas também morava em Itaituba, no Pará. De acordo com trabalhadores da empresa, Cláudio morava no Pará desde a década de 80;
Edineia de Lima – Servidora do município de Envira, segundo nota divulgada pela prefeitura do município;
Antônio Cleudo Mattos – Natural de Envira, no Amazonas, tinha 46 anos. Era irmão de José Marcos, e também era empresário do ramo de combustíveis.
Falta a identificação de:
Kleiton Lima Almeida (copiloto), de 39 anos, nasceu e morava em Itaituba, no sudoeste do Pará. Ele tinha se tornado pai há um mês, segundo a irmã, Gardeny Lima;
Antônia Elizângela era natural de Envira, no Amazonas. Segundo nota divulgada pela prefeitura do município, ela era pecuarista.
Francisco Eutimar era natural de Eirunepé, no Amazonas, e tinha 32 anos.
Destroços mostram restos de alimentos e utensílios
Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre
Acidente aéreo
O voo que caiu no Acre era particular, da empresa ART Taxi Aéreo, e decolou de Rio Branco com destino a Envira, no Amazonas. A aeronave modelo Caravan tinha capacidade para até 14 pessoas e caiu por volta das 7h21 no horário local (9h21 em Brasília), logo após a decolagem. O percurso ainda incluía uma parada em Eirunepé (AM).
Parte dos passageiros estava viajando para receber tratamento médico. O advogado da empresa, Thiago Abreu, informou ao g1 que o piloto e o copiloto tinham experiência e treinamento. Segundo a Anac, o avião estava em situação regular.
Veja a origem e o destino da aeronave que caiu em Rio Branco (AC).
Ighor Costa/g1
Investigação
Uma equipe do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII) chegou ao Acre nessa terça-feira (31) para começar as investigações do acidente do avião. Peritos da Polícia Civil do Acre auxiliarão nos trabalhos, segundo o governo.
O órgão é um braço regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), e fica localizado em Manaus. O Cenipa é responsável por investigar ocorrências aeronáuticas, de modo a prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram
A Aeronáutica informou ainda no domingo que na investigação “serão utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo”.
O órgão também falou sobre o tempo de conclusão dos trabalhos. “A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”, disse o órgão.
A Polícia Federal também confirmou que esteve no local do acidente auxiliando a Polícia Civil com a perícia com papiloscopistas.
VÍDEOS: Acidente aéreo no AC
Adicionar aos favoritos o Link permanente.