‘Não consegui mais sair do lugar’, relata menina que prendeu cabelo em sugador de piscina e ficou 3 minutos submersa


Amigos cortaram o cabelo dela devido à forte sucção. Ela saiu do hospital 13 dias depois do incidente. Veja nesta reportagem como agir durante um afogamento. ‘Não consegui mais sair do lugar’, relata menina que prendeu cabelo em sugador de piscina
Valentina Oliveira Mançano, de 9 anos, que teve o cabelo preso em um sugador de uma piscina, em Doutor Camargo, no norte do Paraná, relembra do desespero vivido minutos antes de perder a consciência. Assista ao relato acima.
“Estava dando mortal e do nada não consegui mais sai do lugar. Eu tentava empurrar lá debaixo, mas não conseguia. Eu me lembro que fiquei me mexendo de um lado par ao outro […]. Eu lembro que eu tinha soltado a mão de alguém porque estava tentando puxar o meu braço e minhas pernas”, disse.
Segundo a família, a menina ficou cerca de três minutos submersa até uma pessoa perceber e cortar o cabelo dela com uma tesoura. Ela ficou 13 dias internada no Hospital Universitário de Maringá. Relembre mais abaixo.
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Valentina Oliveira Mançano sofreu o acidente durante uma confraternização com amigos e familiares em uma chácara de Doutor Camargo, também no norte do estado. Relembre mais abaixo.
A menina ficou nove dias internada na UTI com sedação e tubos de oxigênio. A alta médica ocorreu na sexta-feira (3).
Valentina se recupera em casa com ajuda dos pais
Reprodução/RPC
Hora do salvamento
A mãe da Valentina, Erica Mançano, estava no dia do incidente e relembrou que percebeu que a menina desapareceu após um mergulho e viu a filha submersa após uma criança avisar.
“Do nada a cascata desligou, e eu perguntei para a dona se era normal. Ela disse que não. Aí, tudo foi acontecendo até que uma criança gritou ‘tem alguém aqui embaixo’. Olhei e vi que era a minha filha”, contou.
Na sequência, uma professora que estava na beira da piscina, de um metro e meio de profundidade, pulou para salvá-la. Na tentativa de retirar a Valentina que estava presa, foi necessário o uso de uma tesoura.
Imediatamente, o socorro e foi acionado. Segundo a Erica, a ambulância e o helicóptero médico do Samu chegaram em menos de cinco minutos. Veja o vídeo abaixo.
“Elas [amigas] começaram a fazer massagem cardíaca e respiração boca a boca. No que saí da piscina, ela conseguiu vomitar e respirou”, relatou.
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Menina que se afogou em piscina após cabelo ficar preso em sugador está na UTI
Recuperação
A menina foi encaminhada ao HU de Maringá em estado gravíssimo e em parada cardiorrespiratória. Foram 13 dias de internamento e os pais da Valentina se revezavam para cuidar dela.
Ao poucos, a menina foi se recuperando e deixou os aparelhos de respiração e de alimentação em 26 de novembro, segundo o pai da criança.
“Aos pouquinhos foi indo, comendo devagarinho até conseguir se restabelecer. É um passo atrás do outro”, relatou.
Em 30 de outubro, ela deixou a UTI e foi para o quarto da enfermagem pediátrica, comendo com ajuda dos pais e falando.
A menina está com um curativo no pescoço porque os médicos, no dia do incidente, precisaram abrir a garganta dela para levar oxigênio até o pulmão.
Veja dicas de primeiros socorros
Valentina Oliveira Mançano, de 9 anos, sorrindo em um campo de girassóis
Gabriel Bukalowski/RPC
Carreata e muita festa
No dia da saída do hospital, amigos e familiares fizeram uma festa na porta do hospital para recebe-la. Depois, foi para a casa dos tios, em Maringá.
Na noite do mesmo dia, ela retornou com os pais para casa, em Doutor Camargo, de pouco mais de 5 mil habitantes. Valentina foi recebida por uma carreata organizada por amigos e familiares.
“Muita gente estava lá. A cidade toda praticamente para receber ela com muita alegria. Foi muito bom ver toda aquela alegria”, disse a mãe dela.
A menina recebeu cartas e presentes de amigos que acompanharam de perto o drama vivido por ela.
Carreata para recepção da Valentina em Doutor Camargo
Arquivo pessoal
Valentina recebeu presentes e cartas dos amigos
Reprodução/RPC
Dicas de primeiros socorros
De acordo com o Corpo de Bombeiros, onde houver represas, piscinas ou tanques, é preciso redobrar o cuidado com bebês e crianças. Veja, abaixo, dicas de como proceder em caso de emergência:
Afogou e não está respirando? A massagem cardíaca em crianças de até cinco anos deve ser feito com dois dedos no meio do tórax, entre os mamilos, e com pouca compressão.
Afogou e está respirando? Deixa-a respirar, tossir, vomitar, até que ela volte ao normal. Lembre-se, se vomitar, vire a criança de lado para ela não aspirar o vômito.
Bateu a cabeça e está inconsciente no chão? Não mexa na pessoa e chame o socorro.
Bateu a cabeça e está sangrando? Pegue uma toalha e estanque o sangue.
Bateu a cabeça e está consciente? Deixe-a quieta e observe.
Confira, também, orientações para pais e responsáveis:
Não perca a criança de vista; correntezas podem levá-la quando ela menos esperar;
Em piscinas, é importante o uso de boias e o monitoramento de um adulto.
Em rios e no mar, é importante que a criança fique apenas na parte rasa; o monitoramento de um adulto também é fundamental.
Evite locais com pedras;
Procure sempre um guarda-vidas para orientações sobre a profundidade da piscina ou o do mar.
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