Fatores climáticos ajudam a explicar alta na incidência do greening


Temperatura e chuva em 2022 e 2023 foram mais propícias para o psilídeo e para a disseminação da doença; falhas no manejo também contribuem para o cenário
Crédito: Divulgação
O aumento de 56% registrado na incidência de greening no parque citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro pode ser explicado dentre outros fatores, como a resistência a inseticidas, não eliminação de plantas doentes, falhas no manejo, pela ocorrência de fatores climáticos propícios para a brotação das laranjeiras, que favoreceu o aumento populacional do psilídeo (inseto vetor) e, consequentemente, a elevação da concentração da bactéria em plantas doentes. Os dados integram um levantamento realizado pelo Fundecitrus, com base em informações da Somar/Climatempo e no comportamento do inseto.
O período de julho de 2022 a junho de 2023 foi marcado por maior volume acumulado e frequência de chuvas na maioria das regiões do cinturão citrícola quando comparado com o mesmo período de 2021 a 2022. Regiões que, historicamente, apresentam clima mais quente e seco, como os municípios paulistas de Bebedouro, Comendador Gomes, Jales e Sud Mennucci, tiveram precipitações pluviométricas mais volumosas e constantes.
Em todo o parque citrícola, a média de chuva acumulada subiu de 1.008 mm, de julho de 2021 a junho de 2022, para 1.341 mm, em julho de 2022 a junho de 2023, um aumento de 33%.
“Com as chuvas mais frequentes, a temperatura nessas regiões também foi mais amena. Isso favoreceu a ocorrência de brotações, o aumento da população de psilídeo e o aumento da concentração da bactéria. É uma sucessão de ocorrências muito favoráveis”, diz o pesquisador do Fundecitrus Silvio Lopes.
Os estudos mostram que os extremos de temperatura (abaixo de 15 °C e/ou acima de 35 °C) reduzem a atividade do psilídeo, emissão de brotação e multiplicação da bactéria.
“Podemos dizer que a temperatura e chuva em 2022 e 2023 foram mais propícias para o psilídeo e para a disseminação do greening. Ao mesmo tempo que tivemos uma alta de insetos, registramos um volume acentuado de brotações, que serve de alimento para eles”, explica.
Para Lopes, a elevada frequência de chuvas acima de 10 mm, além de dificultar as pulverizações também reduziu a permanência dos inseticidas aplicados nas brotações, exigindo reaplicações mais frequentes. Além desses fatores, falhas no manejo também ajudam a entender o pico populacional e a necessidade de se adotar práticas que tenham melhor resultado.
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