Redação do Enem: perguntas e respostas


Prova de redação será aplicada no próximo domingo (5). Estudantes têm que escrever um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas, a partir de um tema proposto pelo exame. Folha de rascunho da redação do Enem.
g1
As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 serão aplicadas nos dias 5 e 12 de novembro. No primeiro dia de aplicação, os estudantes responderão a questões de linguagens e ciências humanas. Além disso, precisam escrever uma redação. Por isso, o g1 traz um guia com perguntas e repostas sobre a prova de produção textual do Enem.
LEIA DICAS DE QUEM JÁ PASSOU:
✏️🤓 Estudante passou para medicina em quatro universidades
🏥🩺 Estudante passou em 1º lugar para medicina estudando em casa
📝✅ Ex-aluno de escola pública foi o primeiro da família a entrar na universidade
No geral, os candidatos têm que saber que devem escrever um texto dissertativo-argumento de até 30 linhas, com caneta de tinta preta e de forma legível, a partir do tema proposto pelo exame.
Compartilhe esta notícia pelo Whatsapp
Compartilhe esta notícia pelo Telegram
Além dos dados acima, esta reportagem reponde as seguintes perguntas:
A redação do Enem precisa de título?
Onde fica a folha de redação do Enem?
Como é a folha de redação do Enem?
Quais são as 5 competências cobradas na redação do Enem?
Como zerar na redação do Enem?
O que acontece se o candidato não fizer a redação do Enem?
Como é corrigida a redação do Enem?
Esta reportagem também traz um modelo de redação nota mil no Enem, obtida em 2021, e videoaulas com dias para escrever um texto com pontuação máxima. Todas as respostas foram obtidas no edital do exame deste ano e também na cartilha de redação do Enem 2023.
A redação do Enem precisa de título?
Escrever um título para a redação do Enem é algo opcional, segundo a cartilha da prova de produção textual.
O título, embora seja considerado uma linha escrita, não é avaliado nas competências avaliadas.
Por outro lado, esse elemento pode levar o participante à nota zero na redação, caso apresente alguma característica que gere anulação, a exemplo de desenhos ou sinais gráficos sem função evidente.
Onde fica a folha de redação do Enem?
Dentro da prova, a proposta de redação do Enem e as orientações com o tema que o texto deve ser escrito costumam ficar entre as provas de linguagens e ciências humanas.
O candidato também recebe uma folha somente para transcrever a versão oficial do texto que vai ser corrigido.
Como é a folha de redação do Enem?
A folha de redação do Enem tem a área destinada ao texto, com 30 linhas, e outra para os dados pessoais dos candidatos.
O texto deve ser escrito com caneta preta e de material transparente. O candidato deve escrever de forma legível e evitar rasuras.
Quais são as 5 competências cobradas na redação do Enem?
Competência 1: demonstrar domínio da escrita formal da língua portuguesa.
Competência 2: compreender a proposta da redação e aplicar conceitos de diversas áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
Competência 3: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência 4: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação, ou seja, produzir um texto coeso e coerente.
Competência 5: elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Como zerar na redação do Enem?
O candidato vai zerar a redação se o texto tiver pelo menos uma das seguintes das características:
Fugir totalmente ao tema;
Não obedecer ao tipo dissertativo-argumentativo;
Escrever até sete linhas escritas ou 10 linhas escritas no sistema braille;
Fizer cópia de textos da prova de redação ou do caderno de questões sem que haja pelo menos 8 linhas de produção própria;
Fizer desenhos e outras formas propositais de anulação em qualquer parte da folha de redação;
Escrever números ou sinais gráficos sem função evidente em qualquer parte do texto ou da folha de redação;
Escrever alguma parte desconectada do tema proposto;
Escrever termos ofensivos, ainda que façam parte do projeto de texto;
Fizer assinatura, nome, iniciais, apelido, codinome ou rubrica fora do local devidamente designado para a assinatura do participante;
Se o texto for predominantemente ou integralmente escrito em língua estrangeira;
Deixar a folha de redação em branco, mesmo que haja texto escrito nas folhas de rascunho;
Escrever um texto ilegível, que impossibilite sua leitura por dois avaliadores.
O que acontece se o candidato não fizer a redação do Enem?
Se o candidato não fizer a redação do Enem, ele receberá nota zero nessa prova.
Como é corrigida a redação do Enem?
Os textos produzidos pelos candidatos serão corrigidos por, pelo menos, dois professores com formação em Letras ou Linguística, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro.
Cada professor dará uma nota entre 0 e 200 pontos para cada uma das cinco competências. A soma desses pontos será a nota total de cada avaliador, que pode chegar a mil pontos.
A nota final do participante será a média das notas totais dadas pelos dois avaliadores.
Modelo de redação nota mil no Enem
A redação a seguir foi escrita pela estudante Maitê Maria, de João Pessoa, em 2021. Agora, ela é estudante de medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
“No célebre texto “As Cidadanias Mutiladas”, o geógrafo brasileiro Milton Santos afirma que a democracia só é efetiva à medida que atinge a totalidade do corpo social, isto é, quando os direitos são desfrutados por todos os cidadãos. Todavia, no contexto hodierno, a invisibilidade intrínseca à falta de documentação pessoal distancia os brasileiros dos direitos constitucionalmente garantidos. Nesse cenário, a garantia de acesso à cidadania no Brasil tem como estorvos a burocratização do processo de retirada do registro civil, bem como a indiferença da sociedade diante dessa problemática.
Nessa perspectiva, é importante analisar que as dificuldades relativas à retirada de documentos pessoais comprometem o acesso à cidadania no Brasil. Nesse sentido, ainda que a gratuidade do registro de nascimento seja assegurada pela lei de número 9.534 da Carta Magna, os problemas associados à documentação civil ultrapassam a esfera financeira, haja vista que a demanda por registros civis é incompatível com a disponibilidade de vagas ofertadas pelos órgãos responsáveis, o que torna o processo lento e burocrático. Sob tal óptica, a realidade brasileira pode ser sintetizada pelo pensamento do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o qual afirma que a “violência simbólica” se expressa quando uma determinada parcela da população não usufrui dos mesmos direitos, fato semelhante à falta de acesso à cidadania relacionada aos imbróglios da retirada de documentos de identificação no País.
Outrossim, é válido destacar a ausência de engajamento social como fator que corrobora a invisibilidade intrínseca à falta de documentação. Fica claro, pois, que a indiferença da sociedade diante da importância de assegurar o acesso aos registros civis para todos os indivíduos silencia a temática na conjuntura social, o que compromete a cidadania de muitos brasileiros, haja vista que a posse de documentos pessoais se faz obrigatória para acessar os benefícios sociais oferecidos pelo Estado. Sob esse viés, é lícito referenciar o pensamento do professor israelense Yuval Harari, o qual, na obra “21 Lições para o Século XXI”, afirma que grande parte dos indivíduos não é capaz de perceber os reais problemas do mundo, o que favorece a adoção de uma postura passiva e apática.
Torna-se imperativo, portanto, que cabe ao Ministério da Cidadania, como importante autoridade na garantia dos direitos dos cidadãos brasileiros, facilitar o processo de retirada de documentos pessoais no Brasil. Tal medida deve ser realizada a partir do aumento de vagas ofertadas diariamente nos principais centros responsáveis pelos registros civis, além do estabelecimento de um maior número de funcionários, a fim de tornar o procedimento mais dinâmico e acessível, bem como garantir o acesso à cidadania aos brasileiros. Ademais, fica a cargo do Ministério das Comunicações estimular o engajamento social por meio de propagandas televisivas e nas redes sociais, com o fito de dar visibilidade à temática e assim assegurar os direitos cidadãos”.
Videoaulas preparatórias sobre redação para o Enem
Estrutura de uma redação nota mil:
Funções de linguagens e redação:
VÍDEOS: Lá Vem o Enem 2023
Adicionar aos favoritos o Link permanente.