Problemas no fornecimento de energia colocam em risco produção de peixes e aves em Palotina, no Paraná: ‘Situação está caótica’


Município foi atingido por temporais na segunda (30) e, nesta quinta (2), moradores reclamam que situação ainda não foi normalizada. Aves e peixes correm riscos por falta de energia elétrica. g1 aguarda retorno da Copel. Cada barracão abriga mais de 34 mil aves, que correm riscos diante da falta de energia elétrica
Imagens cedidas/Marcelo Teles
A cidade de Palotina, no oeste do Paraná, foi atingida na última segunda-feira (30) por fortes chuvas e ventos, que causaram estragos na rede elétrica da cidade. Três dias depois, produtores rurais reclamam que o fornecimento de energia elétrica ainda não foi normalizado na região.
Produtores ouvidos pelo g1 nesta quinta-feira (2) relatam dois problemas: a falta de energia elétrica e, em alguns casos, o fornecimento apenas da energia de baixa tensão – insuficiente para máquinas agrícolas.
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De acordo com a Copel, a região oeste do estado voltou a ser atingida por um forte temporal nesta quinta e que, às 16h, cerca de 2 mil clientes ainda estavm sem energia. Só em Palotina, segundo a empresa, há 36 unidades consumidoras desligadas.
De acordo com a Copel, equipes estão trabalhando ininterruptamente na região para recuperar a rede de energia. A empresa diz que os estragos causados pelo temporal em Palotina no início da semana foram todos reparados até esta quarta (1º).
O município é considerado um dos maiores produtores de proteína animal do Paraná – peixes e aves que saem de lá abastecem outros estados brasileiros, além de países da Europa e os Estados Unidos.
Marcelo Teles produz aves e peixes. A propriedade dele tem quatro barracões, cada um com cerca de 34 mil aves.
Teles explica que ele, assim como outros produtores da região, tem tido que usar geradores de energia movidos à diesel, que consomem de 25 a 30 litros do combustível por hora.
“A nossa situação está caótica. São mais de 76 horas sem energia. Já estamos trabalhando com o custo de produção no limite”, afirma.
No caso da produção de proteína animal, Teles explica que a energia elétrica é usada principalmente para manter o bem estar dos peixes e aves.
No caso das aves, é preciso aquecer, ventilar e manter o ambiente adequado para evitar a propagação de doenças. Sem isso, os animais morrem. Os tanques de peixe também exigem máquinas que mantém o nível de oxigênio necessário à sobrevivência dos animais.
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Tanques de peixe em Palotina
Imagens cedidas/Marcelo Teles
Edmilson Zabott preside o Sindicato Rural de Palotina a Associação de Produtores de Peixes da cidade e afirma que o fornecimento de energia na região tem problemas com frequência, mas que o temporal desta semana agravou ainda mais a situação.
O produtor reforça que a energia elétrica, hoje, é a base da cadeia produtiva do setor.
Na segunda-feira, o Governo do Paraná disse que iria trabalhar em parceria com os municípios para mapear, com ajuda de técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e da Defesa Civil, as perdas no campo, sejam ligada à infraestrutura ou à produção agropecuária.
O g1 questionou a Seab nesta quinta sobre quais ações estão sendo tomadas diante dos problemas apontados pelos produtores.
A pasta respondeu que toda a situação criada pelas chuvas é acompanhada pelo governo como um todo e pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, em particular.
O governo afirma que foi sancionada lei que trata de recursos para ajudar os municípios afetados pelas chuvas e cria o Fundo Estadual para Calamidades Públicas.
“Equipes de servidores dos núcleos regionais do Sistema Estadual de Agricultura, em parceria com a Defesa Civil, estão a campo – onde é possível ter acesso, pois em muitas localidades as chuvas continuam e em outras o tráfego ficou impraticável – para ver de perto e relatar as consequências tanto em relação à produção agropecuária quanto em relação às obras de infraestrutura. A partir desses relatos será possível, juntamente com as prefeituras e outras lideranças estaduais e regionais, estabelecer planos efetivos de recuperação”, diz a nota.
Orientações de segurança da Copel
A empresa reitera que, em ocorrências climáticas como as registradas no oeste do estado, a população deve manter distância de locais onde haja fios rompidos ou postes quebrados. Em situações de risco, o contato deve ser feito também pelo número 0800 51 00 116.
A comunicação sobre falta de luz pode ser feita pelo telefone, por aplicativo para celulares, pelo site e pelo número de WhatsApp 41 3013-8973.
Sem internet, o aviso ainda pode ser enviado à Copel por meio de mensagem de texto (SMS) para o número 28593, escrevendo as letras “SL”, de “sem luz”, mais o número da unidade consumidora, que se encontra destacada no cabeçalho da conta de luz.
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