Funerais em Curitiba custam a partir de R$ 396,73; veja o que fazer quando alguém morre


Valores dos serviços funerários na cidade são definidos por decreto municipal. Para indigentes e pessoas carentes, funerais são gratuitos. Cemitérios de Curitiba
Hully Paiva/SMCS
Por conta do rodízio, os planos funerários entram como uma espécie de seguro, ou seja, um prêmio financeiro usado para subsidiar o funeral. D, o plano paga a funerária da vez no rodízio, já que apenas as concessionárias podem prestar serviços funerários.
Se deparar com a morte de uma pessoa pode ser um processo doloroso, mas também muito burocrático. Providenciar funeral, documentos como o atestado de óbito, inventário e até mesmo o destino de contas bancárias e dívidas do falecido envolve uma série de processos.
Nesta reportagem o g1 reúne uma série de orientações e informações que podem ajudar quem acaba de perder uma pessoa.
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A diretora do Departamento de Serviços Especiais da Prefeitura Municipal de Curitiba, Clarissa Grassi, afirma que o processo após o falecimento de uma pessoa envolve diversas burocracias, mas que cumprem um papel.
“A morte é extremamente burocrática e tem motivos para ser assim. Cada etapa do processo vai ter documentações inerentes. Sair com a papelada no hospital é desgastante, mas cada burocracia vencida é parte desse rito. Isso também influencia na questão do luto, para que as pessoas possam superar”, reforça.
Os valores dos serviços funerários em Curitiba são determinados por decreto municipal. Um funeral para uma pessoa adulta, por exemplo, custa a partir de R$ 396,73.
Para indigentes e pessoas carentes, o serviço é gratuito.
No caso da morte de um adulto, o funeral em Curitiba pode custar até R$ 11.372,19. Os funerais infantis custam de R$ 419,33 a R$ 892,04.
Os valores são referentes a pagamento à vista e incluem caixão, paramentos – como quatro castiçais com vela, suporte para o caixão, resplendor e livro de presença –, preparo simples do corpo, que consiste na assepsia, tamponamento e colocação de roupa fornecida pela família, e o transporte dentro dos limites de Curitiba.
Clique e veja a resposta para cada questão sobre funeral:
Como funciona o rodízio de funerárias em Curitiba e os planos funerários?
O que fazer quando alguém morre?
Onde e como fazer a certidão de óbito?
Como fechar conta bancária e transferir contas de alguém que morreu?
O que acontece com as dívidas de quem morreu?
O que acontece com financiamentos de quem morreu?
Como se planejar?
Ao todo, são 13 opções de urnas funerárias – ou caixões – para adultos, classificadas por meio de uma numeração. As gratuitas são as classificadas entre os números 1 e 4.
As pagas são divididas entre as subsidiadas, de 5 a 8, que custam de R$ 396,73 a R$ 1.991,78, e os números de 9 a 13, com valores que variam de R$ 2.238,77 a R$ 11.372,19.
A prefeitura tabela também o preço de atividades facultativas. Veja abaixo:
Atividades facultativas do serviço funerário em Curitiba
Rodízio de funerárias
Atualmente, 25 concessionárias prestam serviços funerários em Curitiba. Elas foram selecionadas por concorrência pública.
O atendimento funciona por uma espécie de rodízio, no qual há um sorteio aleatório e automático. Com isso, todo os falecimentos na capital paranaense passam pelo Serviço Funerário Municipal.
O formato, conforme Clarissa Grassi, diretora do Departamento de Serviços Especiais da Prefeitura Municipal de Curitiba, prevê um equilíbrio econômico e igualdade na prestação de serviço das concessionárias.
Ela reforça que o sistema serve também para amparar as famílias em um momento de vulnerabilidade. De acordo com Grassi, um servidor da prefeitura irá orientar a família antes mesmo de a pessoa ser encaminhada à funerária.
Neste momento, o servidor deve explicar como funciona o sistema de rodízio, apresentar o mostruário de urnas para os familiares e, depois disso, é feito o sorteio que indicará qual concessionária prestará o serviço.
“A família vai ser orientada por uma pessoa que não está lucrando absolutamente nada com aquele atendimento. Ele não vai lucrar, porque não vai ter nenhum tipo de transação financeira. A pessoa só vai colocar a mão no bolso quando já tiver na concessionária”, explica.
Ela reforça que a prefeitura fiscaliza o serviço e que os familiares enlutados podem chamar a fiscalização diante de indícios de irregularidade.
“Em qualquer momento, seja ele de dor ou não, a informação é essencial”, reforça Grassi.
Por conta do rodízio, os planos funerários entram como uma espécie de seguro, ou seja, um prêmio financeiro usado para subsidiar o funeral. Dessa forma, o plano paga a funerária da vez no rodízio, já que apenas as concessionárias podem prestar serviços funerários.
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O que fazer quando alguém morre?
O procedimento após a morte de uma pessoa depende de como ela morreu.
Caso a pessoa tenha morrido no hospital, a própria instituição emite o atestado ou a declaração de óbito.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná, se a morte for por causas naturais e em casa, os familiares devem chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para que um médico faça o atestado de óbito e aponte a causa.
A polícia deve ser chamada em casos de morte violenta, como homicídio, e de morte acidental, como uma batida de carro ou queda, por exemplo.
Com isso, uma equipe da delegacia responsável pela área e peritos do Instituto Médico Legal (IML) serão mobilizados para apurar as circunstâncias do falecimento e o possível envolvimento e/ou responsabilidade de terceiros.
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Onde e como fazer a certidão de óbito?
Certidão de óbito é fundamental para autorizar procedimentos relativos ao falecimento de uma pessoa
CNJ
A certidão de óbito deve ser emitida em um cartório de Registro Civil com a apresentação do atestado/declaração de óbito.
Na certidão, entre outras informações, deve estar a hora e a data da morte, se a pessoa era casada e deixa filhos, se deixa bens e herdeiros, se a morte foi natural ou violenta e a causa conhecida.
O advogado Winderson Jaster explica que apesar de a família ter 15 dias para fazer a certidão de óbito, o documento é obrigatório para que o sepultamento seja realizado.
Segundo a Defensoria Pública do Paraná, a certidão também é obrigatória para pedidos de benefícios, pensões, seguros, realização de inventário e outros procedimentos.
Com a certidão é possível também, segundo Jaster, encerrar contas bancárias e débitos como contas de água e luz, por exemplo.
“A certidão de óbito tem uma finalidade jurídica. Tem também uma finalidade para os órgãos públicos, porque é uma comunicação. O Sistema Informatizado de Controle de Óbitos direciona essas informações, a exemplo, para a Justiça Eleitoral, para o INSS e o Registro Civil cancela o CPF”, explica o advogado.
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Como encerrar contas bancárias e transferir contas de alguém que morreu?
Com a morte de uma pessoa, contas devem ser transferidas ou encerradas
Eduardo Soares/Unsplash/Divulgação
Jaster explica que, com o cancelamento do CPF, o Banco Central indica uma irregularidade no nome do falecido.
“Com a comunicação do Banco Central, os demais bancos realizam o bloqueio das contas bancárias. Com o bloqueio das contas bancárias, não é possível a movimentação financeira”, afirma.
Caso a pessoa não tenha valores nas contas, basta a família apresentar a certidão de óbito para que não sejam cobradas taxas bancárias e a conta seja encerrada. Quando há dinheiro na conta, é preciso fazer o inventário.
Em casos de linhas telefônicas, algumas empresas de telefonia exigem que o número esteja no inventário para que haja transmissão de titularidade, como explica Jasper.
Ainda conforme o advogado, contas básicas, como de água e luz, dependem das regras de cada companhia.
“Apresentando certidão de óbito, eles realizam o cancelamento. Se você quiser mudança de titularidade, além da certidão de óbito, vai precisar apresentar alguma documentação relacionada ao imóvel, como contrato de locação, alguma documentação de propriedade ou posse, para que assim possa haver a transferência”, afirma.
Familiares herdam as dívidas de quem morreu?
Caso o falecido tenha dívidas, elas não são herdadas pelos familiares
Bárbara Munhoz/g1
O advogado Winderson Jaster explica que as dívidas da pessoa que morreu não são herdadas pelos familiares. Porém, o pagamento das dívidas deverá ser feito a partir do espólio, ou seja, dos bens deixado pelo falecido.
“Se não há bens, há uma infelicidade para os credores que não vão poder se socorrer nas finanças pessoais desses familiares. Se há algum recurso, dentro do inventário haverá compensação dos bens que o espólio possui para saldar essa dívida”, explica.
O que acontece com financiamentos de quem morreu?
Familiares não herdam dívidas de financiamentos de uma pessoa que morreu.
O advogado Winderson Jaster explica que a maior parte dos financiamentos tem um seguro, que realiza o pagamento do empréstimo junto ao banco em caso de morte ou invalidez total por acidente.
Após a quitação, o imóvel fica para os herdeiros e deve ser considerado no inventário.
Como se planejar?
Para o advogado, uma das formas de se planejar é fazendo um testamento.
“A grande dificuldade das pessoas é discutir sobre o momento em que ela não vai estar mais aqui. As pessoas têm o receio de que discutir sobre a morte é uma antecipação de sua morte, então não planejam. Mas o planejamento sucessório é importante, principalmente para que seja respeitado o desejo dessa pessoa”, reforça.
Por meio do testamento, o cidadão pode estabelecer que até metade do seu patrimônio irá para a pessoa escolhida. A lei obriga que ao menos 50% sejam divididos entre os herdeiros chamados necessários, que são cônjuge, descendentes (como filhos) e ascendentes (pais).
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