Suspeita de envolvimento na morte do próprio filho tem surto psicótico durante audiência judicial e não presta depoimento


Participação de Izabella Rodrigues da Silva foi realizada por videoconferência, diretamente da Penitenciária Feminina de Tremembé (SP), onde a acusada está detida. A mãe, Izabella Rodrigues da Silva (à direita) e o filho, João Pedro Esteves Rodrigues da Silva (à esquerda)
Reprodução/Redes sociais
Com início nesta quarta-feira (1º), às 14h, a audiência de instrução e julgamento no Fórum da Comarca de Santo Anastácio (SP), que ouviria Izabella Rodrigues da Silva, de 24 anos, suspeita de envolvimento na morte do próprio filho, precisou ser remarcada, em razão de um surto psicótico da jovem no momento de prestar depoimento ao Poder Judiciário.
O garoto João Pedro Esteves Rodrigues da Silva, de apenas cinco anos, foi encontrado em um riacho conhecido popularmente como Córrego da Figueira, em uma propriedade privada na zona rural da cidade, no último dia 10 de agosto, após dois dias de buscas.
No início de outubro, a Justiça decretou a prisão preventiva da jovem, após a conclusão do inquérito policial que indiciou a mãe por homicídio triplamente qualificado contra o filho.
A participação de Izabella na audiência desta quarta-feira foi realizada por videoconferência, diretamente da Penitenciária Feminina de Tremembé (SP), onde a acusada está detida.
Ao g1, o delegado responsável pelas investigações, Wanderley Campione, informou que as qualificadoras do crime foram:
motivo fútil;
meio cruel; e
impossibilidade de defesa da vítima.
Campione ainda ressaltou que haverá causa de aumento de até dois terços da pena cumprida pela indiciada em razão de a vítima ser filha da autora.
O inquérito policial foi remetido ao Juízo da Comarca de Santo Anastácio, ocasião em que a Polícia Civil representou pela prisão preventiva de Izabella Rodrigues da Silva, deferida pela Justiça.
Corpo de João Pedro foi encontrado em um córrego na zona rural de Santo Anastácio (SP)
Reprodução/Facebook e Polícia Ambiental
‘Sem indícios’
A defesa da jovem, representada pelo advogado criminalista Sidney Araújo dos Santos, informou ao g1, nesta quarta-feira, que o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) e a própria defesa requereram uma nova data para dar continuidade à audiência de instrução.
“Somente ela pode prestar esclarecimentos sobre o que aconteceu, se ela matou o filho e como o matou. Só ela poderá explicar a dinâmica e, hoje, ela não estava em condições”, relatou.
A defesa ainda pontuou que “os documentos processuais que afirmam a autoria de Izabella da Silva no crime, indiciando-a por homicídio triplamente qualificado, não são idôneos”, uma vez que “não há indícios que apontem a jovem como autora, pois a criança morreu por asfixia, isto é, afogamento”.
Foi relatado ao g1 que a defesa, inclusive, fez uma investigação particular e, mesmo assim, não foi possível comprovar que houve um homicídio e, sobretudo, que Izabella da Silva tenha sido autora dele.
“Agora, nós [defesa] solicitamos um exame de sanidade mental para ela, pois, desde 2013, ela faz tratamento psicológico em Santo Anastácio, mas só foi assistida por um psiquiatra quando foi detida na Penitenciária Feminina de Pirajuí (SP)”.
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Redes sociais
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Relembre o caso
A criança ficou desaparecida durante dois dias, de 8 a 10 de agosto, quando o corpo dela foi encontrado em um riacho conhecido popularmente como Córrego da Figueira, em uma propriedade privada na zona rural de Santo Anastácio.
Efetivos das polícias Ambiental, Civil e Militar realizaram as buscas junto com o Corpo de Bombeiros.
Equipamentos de drones e o Helicóptero Águia da PM também sobrevoaram pelo local para auxiliar na localização do garoto.
De acordo com o capitão João Henrique Papoti, do Corpo de Bombeiros, a mãe do menino mudou algumas vezes as versões dadas ao caso e, em uma delas, disse ter jogado a criança em uma lagoa.
Caso ocorreu no último dia 10 de agosto, em Santo Anastácio (SP)
Murilo Zara/TV Fronteira
No dia do desaparecimento, a mulher teria voltado para casa sem roupas e enrolada em um tapete. Ela toma medicamentos para depressão e ansiedade, segundo os bombeiros.
Por determinação judicial, após a concordância do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), Izabella foi presa por um prazo inicial de 30 dias, que foi prorrogado pelo mesmo período.
João Pedro Esteves Rodrigues da Silva, de apenas cinco anos, foi sepultado no dia 11 de agosto, no Cemitério Recanto da Paz, em Santo Anastácio.
Corpo de menino de cinco anos foi sepultado em Santo Anastácio (SP)
Leonardo Bosisio/g1
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