Família tenta provar na Justiça que carioca foi preso por engano ao desembarcar no Aeroporto Galeão

Advogados afirmam que há diferença na foto do RG e no local de expedição e garantem que documento de operador de áudio foi clonado. Homem havia chegou da Irlanda com a mulher e foi levado para cadeia de Benfica. Família tenta provar inocência de homem foi preso por engano
A família de um homem tenta provar na Justiça que ele foi preso por engano. O carioca Eduardo Rodrigues Nery, de 55 anos, chegava ao Brasil, depois de passar meses trabalhando no exterior, quando foi preso pela Polícia Federal ainda no Aeroporto Tom Jobim, o Galeão, no Rio.
Na quarta-feira (11), a família do operador de áudio carioca recebeu a notícia de que ele havia sido preso pela Polícia Federal ao desembarcar no Galeão. Ele voltava ao país depois de cerca de um ano de uma estadia a trabalho, como torneiro mecânico, na Irlanda do Norte. Ele foi levado para a cadeia de Benfica, na Zona Norte da cidade, onde divide a cela com outros 60 presos.
No aeroporto, os agentes verificaram que havia um mandado de prisão em aberto por crime de estelionato contra um homem com o mesmo nome de Eduardo. Eram idênticas também a data de nascimento e nome da mãe do homem foragido.
Ele acabou sendo preso na hora e, desde então, sua família e advogados lutam para provar que houve um engano. Eles argumentam que Eduardo foi vítima de um golpe e teve os documentos clonados, sem saber.
Os advogados argumentam que o mandado de prisão pelo qual Eduardo foi preso era referente a uma outra pessoa, que tinha outro número de identidade e nome do pai diferente. Além disso, o registro civil do foragido era de Minas Gerais, e não do Rio, como é o de Eduardo. Eles também acreditam que o preso foi vítima de um golpe e teve documentos falsificados.
“Está comprovado que o paciente é que é a vítima dos fatos, pois não esteve em momento algum no local dos fatos. Reside no Rio de Janeiro, seu RG é RJ”, afirmam os advogados Ostervaldo Coutinho Junior e Douglas dos Santos no pedido de habeas corpus protocolado.
Em 2002, um homem cometeu um crime de estelionato em Governador Valadares, Minas Gerais. No ano, seguinte, foi iniciado um processo penal contra o acusado, que se tornou foragido, e decretada sua prisão preventiva.
“Esse mandado de prisão foi expedido em Governador Valadares contra esse meliante. Infelizmente, esse sujeito foi preso , saiu sob fiança e desapareceiu. E o meu marido, na semana passada, ao desembarcar no aeroporto foi surpreendido com esse pesadelo, esse mandato de prisão em nome de Eduardo Rodrigues Nery, que não é o Eduardo Rodrigues Nery meu marido há 33 anos”, afirmou a esposa do operador de áudio.
A defesa de Eduardo pediu um habeas corpus em caráter liminar, que foi negado, na última sexta-feira (13), pela desembargadora Kárin Emmerich, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Na decisão de não libertar Eduardo, a desembargadora Kárin Emmerich considera que os documentos apresentados pela defesa do torneiro mecânico não são suficientes para comprovar um equívoco.
“Desse modo, entendo necessário ouvir a autoridade apontada como coautora para elucidação de todos os fatos narrados na inicial e para a juntada de mais documentos”, concluiu.
A filha de Eduardo, Stephanie Nery, de 26 anos, trabalha como assistente administrativa nos Estados Unidos e acompanha o desenrolar do caso. Segundo ela, a família está muito preocupada. Neste sábado (14), ela fez um apelo emocionado nas redes sociais em busca de ajuda:
“Os advogados nos dizem que a digital do meu pai não bate (com a do procurado), que a identidade não bate, e nem a foto da carteira. Minha mãe disse que ele está em uma cela com 60 presos, tratado como bandido e ele é inocente. Sou uma filha que está triste porque o pai está preso e não pode fazer nada Acho que a gente já deu provas suficientes. A partir do momento que a foto do RG não é igual, meu pai deveria ter sido liberado”, afirmou a jovem.
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