Imagens exclusivas mostram fuga de Dr. Bumbum de shopping e cobertura onde foi feito procedimento no Rio


Fantástico teve acesso a imagens do apartamento de Denis Furtado uma semana depois do caso. No local ele fez a bioplastia que acabaria na morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos. Veja imagens da cobertura onde Dr. Bumbum realizava atendimentos
O Fantástico mostrou com exclusividade neste domingo (22) as imagens da fuga do médico Denis Furtado, conhecido como Dr. Bumbum, na madrugada de segunda-feira (16), no estacionamento de um shopping da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Carro do médico passa na cancela fechado do shopping
Reprodução/TV Globo
As imagens das câmeras de segurança, mostram o carro do médico em alta velocidade quebrando a cancela fechada. No momento da fuga, a Polícia Civil do Rio já o procurava como suspeito pela morte da bancária Lilian Calixto, de 46, durante um procedimento estético.
As imagens exclusivas do interior da cobertura também foram exibidas pelo Fantástico. Na cobertura os peritos apreenderam medicamentos e outros tipos de materiais. Próximo à mesa onde Denis trabalhava, as pacientes eram atendidas em macas portáteis.
Maca que estava na cobertura do médico Denis Furtado
Reprodução/TV Globo
Os investigadores encontraram um tapete enrolado dentro do boxe do banheiro e nele havia manchas compatíveis com sangue.
O programa também conversou com a testemunha chave do caso: o taxista que levou Lilian até o apartamento utilizado por Denis para realizar os procedimentos estéticos, conhecidos como bioplastias. Ele relatou a conversa que teve com o médico e disse que Denis Furtado parecia alterado.
Outras mulheres que fizeram o tratamento estético com Denis Furtado também deram depoimentos para o Fantástico. Uma delas, que era amiga de Lilian em Cuiabá, conta que ficou apreensiva já que a intervenção seria feita no apartamento do médico.
Dr. Bumbum foi preso na última quinta-feira (19) junto com a mãe, Maria de Fátima Furtado. Eles foram presos e serão indiciados pela morte da empresária. O histórico criminoso dos dois é antigo: em 1997, como o G1 revelou, um policial pediu o indiciamento de ambos pela morte de um namorado de Maria de Fátima.
Depoimento do taxista
Taxista troca mensagem com a bancária Lilian Calixto
Reprodução/TV Globo
A testemunha-chave do caso é o taxista que levou Lilian Calixto até o apartamento. Ele não quis ter sua identidade revelada, mas contou que Lilian parecia estar muito feliz em realizar o procedimento estético.
” Ela demonstrou: ‘To tão feliz de estar vindo pra cá pro rio pra fazer isso, fazer uma surpresa pro meu marido”
O taxista contou que deixou Lilian na frente da cobertura na Barra da Tijuca às 12h45 do dia 14 de julho. Ele combinou que iria esperar por ela até que o procedimento acabasse. Na troca de mensagens, às 15h39 Lilian contou ao taxista que cedeu sua vez para uma mulher que estava apressada para fazer o procedimento. “Isso acabou atrasando todos os tramites, né, atrasou mais ainda”.
Às 18h29, ela avisa que vai demorar ainda mais. A demora se estendeu até depois das 21h, quando trocou a última mensagem com o taxista, dizendo que ainda demoraria uma hora e meia para ser atendida. A versão apresentada por Denis na delegacia, no entanto, é diferente.
“É um procedimento minimamente invasivo e realizamos entre por volta de seis a sete horas durante o turno da noite”, afirmou. A delegada responsável pelo caso, Adriana Belém, afirmou que os depoimentos são “bastante contraditórios”.
Em uma coisa, no entanto, todos os envolvidos concordam: Naquela noite, ela foi levada ao hospital pelo médico, a mãe, maria de fátima, a namorada dele, e a técnica de enfermagem, e atendida por volta das 22h45, horário que bate com o depoimento do taxista.
“Fiquei aguardando, quando deu umas 22h30, 22h40 fiquei um pouco tenso, comecei a pensar: ‘é, tá demorando um pouco demais'”, relembra o taxista, que conta que viu muitos carros saindo do prédio entre 22h10 e 22h30, e um deles saindo muito rápido. “Aí eu fui pra fora, eu fui bater um papo com os porteiros, por volta já de era umas onze pouco e ele falou que o médico já tinha ido embora.
Denis Furtado, o Dr. Bumbum, e a mãe, Maria de Fátima, foram presos pela PM nesta quinta-feira (19)
Reprodução/PMERJ
Delegada explica as contradições
Denis disse que correu tudo bem com o procedimento de Lilian e que a levou ao hospital porque ela teve um enjoo e uma queda de pressão.
Mas o hospital relata que a bancária chegou com taquicardia, dificuldade de respirar, e teve quatro paradas cardiorrespiratórias. Ela acabou morrendo por volta de 1h de domingo (15), quando Denis e sua equipe já haviam saído da unidade de saúde.
O taxista, ainda esperando por Lilian, vê o carro do médico voltando e resolve perguntar a ele sobre a paciente. Disse que estava preocupado, e que depois de 21h não havia recebido mais mensagens dela. “Ele disse: ‘não, eu a levei a um restaurante e depois a deixei no hotel’.
“Ainda falei com ele… A gente escuta tanta coisa estranha que acontece na televisão, questão de hospitais e tal, e aqui não é nem um hospital, não é nem um prédio residencial, vocês atendem numa cobertura, eu fiquei preocupado. Você não leve a mal, Dr. Denis”
O taxista diz que em seguida a funcionária de denis desceu, pagou R$ 300 a ele e exigiu que assinasse um recibo, como se tivesse sido pago por Lilian. Na manhã seguinte, já no domingo (15) , o taxista ficou sabendo da morte por uma amiga dela.
Ex-pacientes e funcionárias de Dr. Bumbum fazem relatos
Denis Furtado, conhecido como Dr. Bumbum teve registro profissional cassado em Brasília
Reprodução/Redes Sociais
Uma amiga de Lilian em Cuiabá, no Mato Grosso, fez o mesmo procedimento com o mesmo médico um mês antes da bancária, que indicou o profissional, que anunciava nas redes sociais a atuação no Distrito Federal, São Paulo e no Rio.
Ao saber que o procedimento seria feito em um apartamento, já que a suposta clínica estaria em reforma, a amiga ficou assustada e falou com Lilian. “Eu tava um pouco apreensiva eu tava até pensando em desisitir. A única coisa que tinha é uma mesa que foi afastada e foi encaixada uma maca na sala. Não tinha nada, era uma maca que tinha, mais nada”, contou a amiga, que afirma que “Graças a Deus” o seu procedimento deu certo. Porém, podia ter tido o mesmo destino da amiga.
“Poderia ter sido eu mesmo, porque foi no mesmo local da mesma forma, com as mesmas pessoas com os mesmos produtos, isso me deixou angustiada, porque hoje poderia ser meus filhos chorando no lugar dela.”
Imagem mostra Lilian Calixto chegando de cadeira de roda ao hospital Barra D’or; ela morreria horas depois
Reprodução/TV Globo
Uma ex- funcionária, que trabalhou como enfermeira, também relatou que o médico fazia intervenções em hotéis e fazia o descarte errado de materiais.
Lilian Calixto, que morreu após fazer um procedimento estético na Barra da Tijuca, no dia 14 de julho.
Reprodução/TV Globo
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