Seringueiro e artesão leva sapatos confeccionados apenas com látex para Fenearte


‘Dr. Borracha’ cria calçados masculinos, femininos e infantis, sem utilizar nada além da borracha extraída por ele mesmo. ‘Dr. Borracha’ expõe, na Fenearte, sapatos criados utilizando apenas látex
Penélope Araújo/G1
O seringueiro José Rodrigues cresceu extraindo látex na cidade de Assis Brasil, no Acre, onde nasceu. Há doze anos, teve a ideia de confeccionar sapatos com a borracha que extraía da natureza e o negócio deu tão certo que o artesão passou a ser conhecido como ‘Dr. Borracha’ e viver da renda desse negócio. Os calçados, entre modelos masculinos, femininos e infantis, estão à venda na 19ª Fenearte, em Olinda.
“Os sapatos são todos de borracha. Não tem costura, não tem couro, o solado também é de borracha. Até para juntar as partes de cima com a sola dos sapatos, uso a própria cola orgânica do látex”, explica o artesão. Para confeccionar as peças, José produz ‘folhas’ ou ‘mantas de látex’, conhecidas como Folhas Semi Artefato (FSA), utilizando uma técnica criada pelo Laboratório de Tecnologia Química (Lateq) da Universidade de Brasília (UnB) e aprendida pelo seringueiro durante um curso.
O artesão conta que para produzir os calçados é preciso transformar o látex nas mantas de borracha. “É um processo que transforma o látex, que é como se fosse um leite, em folhas bem fininhas, de um milímetro de espessura, com mais ou menos 40 ou 50 centímetros de largura e altura. Depois, corto os moldes nas mantas e já vou fazendo os sapatos, porque para usar a cola do látex tem que ser no tempo certo”, revela José.
É a segunda vez que o Dr. Borracha traz seus sapatos para a Fenearte
Penélope Araújo/G1
Os modelos são variados – desde sapatilhas femininas e sapatinhos de criança a sapatos masculinos e até botas; todos criados pelo seringueiro. “Não tem nenhum designer na família, sou eu mesmo que penso os desenhos, às vezes minha esposa sonha com eles. É tudo da nossa cabeça”, brinca.
Atualmente, o ‘Dr. Borracha’ mora na cidade de Epitaciolândia, no Acre, e tem um ateliê onde produz os sapatos para venda e sob encomenda. “Vivo desse negócio, emprego minha família e ainda tenho funcionários. Nunca pensei em ser artesão, e essa acabou se tornando minha fonte de renda”, completa. Participando pela segunda vez da Fenearte, José Rodrigues trouxe cerca de mil pares, que são vendidos pelo preço único de R$ 170.
A feira segue até 15 de julho, das 14h às 22h nos dias úteis e das 10h às 22h nos finais de semana. De segunda a sexta, a entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Os valores do ingresso para sábados e domingos são R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Os tíquetes são vendidos na internet, em pontos descentralizados e na bilheteria do evento.
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