Espaço Interferência Janete Costa celebra união entre artesanato e design, na Fenearte


Proposta é mostrar uso prático de peças expostas, além de mostrar o trabalho de mestres que produzem ao longo da feira. Espaço Interferência Janete Costa, na Fenearte, mostra união entre design contemporâneo e arte popular
Penélope Araújo/G1
Uma das maiores preocupações da arquiteta pernambucana Janete Costa, falecida em 2008, era valorizar a cultura regional. Em suas obras, o popular e o erudito caminham de mãos dadas, expressando a identidade do Nordeste e do Brasil. Para homenagear o cuidado que a arquiteta tinha com o artesanato, a Fenearte criou o Espaço Interferência Janete Costa, que fica na área externa da feira e completa 17 anos nesta edição.
De acordo com a arquiteta Roberta Borsoi, filha de Janete Costa e uma das curadoras do espaço, a ideia é mostrar a união entre o design e o artesanato, valorizando as duas técnicas como formas de expressão únicas. “A proposta é mostrar como os dois podem se complementar, se ajudar mesmo. Inclusive porque há vários designers que se inspiram no artesanato”, pontua a curadora.
No espaço, são montados pequenos ambientes intimistas, como salas de estar, utilizando tanto objetos de design como de artesanato. Entre os artefatos, há obras utilitárias e decorativas construídas com técnicas artesanais, como os vasos que o artesão Juão de Fibra produz com capim.
O artesão Juão de Fibra trabalha com trançado em capim há 33 anos
Penélope Araújo/G1
O mestre artesão é cearense, mas vive em Goiás desde pequeno. Um dos convidados para mostrar no Espaço Interferência como executa seu trabalho, Juão participa pela primeira vez da Fenearte. “ É até difícil falar, porque eu nunca imaginei que meu trabalho chegaria a uma feira como essa, recebendo esse destaque, num espaço tão nobre. Estou muito feliz”, comenta, já planejando voltar para expor na próxima edição da feira.
Juão de Fibra executa a maior parte de suas obras em capim colonhão, um tipo de fibra brasileira, além de folhas, cascas e cipós. São objetos decorativos, esculturas e acessórios como brincos e colares. Na feira, além de ter ganhado mais visibilidade, o artesão comemora o ritmo de vendas. “Não contei quantas peças trouxe, mas já vendi cerca de R$ 25 mil reais”, revela Juão.
Peças utilitárias, decorativas e acessórios são foco da obra de Juão de Fibra
Penélope Araújo/G1
Além de Juão de Fibra, o Espaço Interferência Janete Costa recebe também o mestre artesão Lupércio dos Anjos, do Mato Grosso, que trabalha com lamparinas artesanais. Os dois mestres participam da Fenearte expondo enquanto trabalham, mostrando aos visitantes como são produzidas suas peças. O local recebe ainda palestras sobre diversas linguagens artísticas ao longo da feira. Confira a programação.
A Fenearte segue até 15 de julho, das 14h às 22h nos dias úteis e das 10h às 22h nos finais de semana. De segunda a sexta, a entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Os valores do ingresso para sábados e domingos são R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Os tíquetes são vendidos na internet, em pontos descentralizados e na bilheteria do evento.
Designers e artesãos assinam peças que compõem ambientes modernos na Fenearte
Penélope Araújo/G1
Adicionar aos favoritos o Link permanente.