Imagens mostram ação de suspeitos momentos antes do assassinato da mãe da filha do ex-senador Telmário Mota


Nas imagens, é possível ver Leandro Luz da Conceição, suspeito de realizar o disparo, descendo de uma moto e sacando a arma que usou no crime. Telmário e Leandro estão presos. Leandro Luz chega no local do crime na garupa de uma moto e coloca uma camiseta verde na cabeça
Divulgação/Polícia Civil
Imagens de câmeras de segurança registraram os momentos que antecederam a execução de Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, mãe de uma filha do ex-senador Telmário Mota, que o acusou de estupro em 2022. Nas imagens, é possível ver Leandro Luz da Conceição, suspeito atirar na vítima, descendo da garupa da moto e sacando a arma usada no crime (assista acima). Telmário e Leandro estão presos.
O suspeito que pilotava a moto ainda não foi identificado. Antônia foi morta dia 29 de setembro. A moto usada o dia do crime foi comprada pelo sobrinho de Telmário Mota, Harrison Nei Correa Mota, conhecido como “Ney Mentira”, que está foragido. Uma assessora do ex-senador, que monitorava a vítima, foi quem entregou a moto aos suspeitos um dia antes do crime – ela está com tornozeleira eletrônica.
De acordo com a Polícia Civil, Leandro era quem estava na garupa da moto. As imagens mostram quando ele desce, tira o capacete e amarra uma camiseta verde na cabeça. Em outro ângulo, ele tira a arma da cintura e tenta escondê-la debaixo da roupa, colocando a mão para trás.
Após se preparar, Leandro atravessou a avenida e, do outro lado, atirou em Antônia, que estava dentro do carro. Depois, saiu correndo, subiu na moto e fugiu.
Suspeito por mandar matar mãe da própria filha, ex-senador Telmário Mota é considerado foragido
Segundo a polícia, a moto foi comprada por R$ 4 mil em espécie, estava em nome de outra pessoa e com documentação irregular.
Leandro Luz esconde arma usada para executar Antônia Araujo em Boa Vista, Roraima
Divulgação/Polícia Civil
“(Após comprar a moto, o sobrinho a entregou) para uma assessora do ex-senador levar até uma oficina e realizar alguns reparos/revisão. Em seguida, pediu para a assessora entregar a moto para os autores do crime em um local indicado”, cita trecho do relatório da Polícia Civil que a Rede Amazônica teve acesso.
Imagens mostram momento em Leandro Luz corre para atirar em Antônia Araujo, em Boa Vista
Divulgação/Polícia Civil
A assessora do ex-senador foi vista indo entregar a moto aos assassinos um dia antes do crime. A Polícia Civil tem uma imagem dela pilotando a moto.
O ex-senador de Roraima Telmário Mota foi preso em Nerópolis (GO), na noite dessa segunda-feira (30). As investigações apontam Mota como suspeito de ter encomendado a morte de Antônia Araújo de Sousa.
Assessora de Telmário na moto um dia antes do crime, segundo a Polícia Civil
Reprodução
Morte de Antônia
O corpo de Antonia Sousa foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML)
Caíque Rodrigues/g1 RR
Antônia Araújo de Sousa, mãe da jovem, foi morta com um tiro na cabeça quando saia de casa no dia 29 de setembro, no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste em Boa Vista.
Ela estava dentro de um carro com um parente na calçada de casa, por volta das 6h30, quando dois homens chegaram em uma motocicleta. Um deles a chamou e em seguida atirou em Antônia.
Antônia morreu ainda no local, na calçada de casa. No local do crime, a filha da vítima prestava esclarecimento aos agentes com as roupas cobertas de sangue. A vítima era servidora do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yek’uana (Dsei-YY), desde 2017.
Acusação de estupro
Adolescente de 17 anos, filha de Telmário Mota, denuncia o senador por tentativa de estupro
Caíque Rodrigues/g1 RR
Em agosto de 2022, a filha de Telmário e Antônia Araújo afirmou que ele a assediou, tocou em suas partes íntimas e tentou arrancar a sua roupa no Dia dos Pais. Na época, ela tinha 17 anos.
Segundo a filha, ela fez contato com o senador para os dois passarem o Dia dos pais juntos. Ela disse que o pai ligou por volta das 19h dizendo que iria levá-la para um lago, para comemorarem a data.
A filha, em entrevista exclusiva ao g1, contou que o pai a forçou entrar em seu carro e a tomar bebidas alcoólicas. Também disse que o senador tomou seu celular durante os assédios para que ela não pedisse ajuda para ninguém.
“Por ele ser meu pai, por eu ter saído várias vezes com ele eu nunca imaginei [que isso aconteceria]. Desde pequena a gente mantinha contato, ele era distante, mas eu era a filha mais próxima dele. Ele nunca tinha dado sinal de um comportamento assim comigo, nunca. Nem para mim, nem para as outras filhas dele. Abalou todo o meu mundo”, disse.
Telmário negou as acusações e afirmou se tratar de perseguição politica.
O caso foi registrado na Polícia Civil como estupro de vulnerável. A juíza Graciete Sotto Mayor Ribeiro, da Vara de Crimes Contra Vulneráveis, chegou a conceder uma medida protetiva em favor da filha.
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