Fisiculturista morta ao ser atingida por Camaro usava cinto de segurança e teve pé amputado com batida, em Roraima


Ariane Real da Silva, de 31 anos, usava o cinto de segurança no momento do acidente. Com o impacto, ela foi deslocada do banco do passageiro para o assento do motorista. Ariane Real tinha 31 anos
Reprodução/Instagram
A atleta de fisiculturismo Ariane Real da Silva, de 31 anos, que morreu após o carro em que estava ser atingido por um Camaro, nesse sábado (28), teve o pé direito amputado com a colisão. Uma amiga dela, Layse Sampaio da Conceição, de 28 anos, morreu no hospital. As vítimas estavam em um celta quando foram atingidas pelo carro esportivo de luxo, que estava em alta velocidade.
Ariane estava no banco do passageiro e teve a “amputação total do pé direito”, de acordo com a declaração de óbito feita pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O documento apontou que, no momento do resgate, Ariane Real ainda usava o cinto de segurança. Com o impacto da colisão, ela foi deslocada do banco do passageiro para o banco do motorista, onde estava a amiga dela.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte dela foi asfixia e fratura de coluna cervical, em decorrência do acidente automobilístico.
Camaro estava a 100km/h quando bateu no carro das vítimas, na zona Leste de Boa Vista.
Arquivo pessoal
À Polícia Militar, o motorista do Camaro, Fernando Takao Marisihiqui Filho, de 23 anos, disse que dirigia a 100km/h no momento da batida. A velocidade estava acima do permitido para a avenida, que é 60 km/h.
Uma testemunha relatou à PM que, após a colisão, o condutor do Camaro saiu do veículo com uma garrafa de bebida alcoólica e jogou nas proximidades do local. Imagens que circulam nas redes sociais mostram ele deitado no chão, enquanto chora e repete que “não viu elas”.
Fernando Takao e o passageiro do carro dele, um jovem de 27 anos, sofreram ferimentos leves e foram conduzidos para o Pronto Socorro Estadual Dr. Francisco Elesbão, anexo ao Hospital Geral de Roraima (HGR). Aos policiais, o suspeito ainda revelou que havia ingerido quatro latas de cerveja.
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Procurado pela reportagem, o advogado dele, Lúcio Tonelli, disse que o jovem está muito abalado, lamenta muito a morte de Ariane e que não teve intenção de causar o acidente de trânsito.
“Ele lamenta muito a morte da jovem. Ele se sente responsável, mas ele sabe que isso foi um acidente de trânsito, ele não teve intenção nenhuma de causar isso e jamais iria querer causar a morte de alguém”, afirmou Tonelli.
Fernando recebeu alta médica e foi apresentado na Central de Flagrantes, no 5° Distrito Policial. Os PMs tentaram realizar o teste do bafômetro, mas o jovem foi orientado a não fazer. Diante da recusa, foi lavrado um Termo de Constatação de Sinais de Alteração da Capacidade Psicomotora.
Por homicídio culposo
Na tarde desse sábado (28), a Polícia Civil informou que foi lavrado um auto de prisão em flagrante contra Fernando Takao Marisihiqui Filho pelo crime de homicídio culposo “na direção de veículo automotor sob a influência de álcool”, contra as duas vítimas.
O crime, em razão da embriaguez, não cabe fiança. Fernando Takao ficará sob Custódia da Polícia Civil e deve ser apresentado em Audiência de Custódia na manhã de domingo (29).
O acidente
Camaro atingiu a lateral do veículo das vítimas.
Arquivo pessoal
O acidente que matou Ariane Real e Layse Sampaio aconteceu por volta das 5h no cruzamento da rua Presidente Juscelino Kubitscheck com a Avenida Ville Roy, no bairro Canarinho, zona Leste da cidade.
O carro onde ela estava, um celta, era conduzido pela amiga, de 28 anos. Elas trafegavam em sentido a avenida Getúlio Vargas e tentavam atravessar a Ville Roy quando foram atingidas pelo Camaro.
Com o impacto da colisão, as vítimas ficaram presas às ferragens. Ariane morreu ainda no local do acidente. Já a amiga dela sofreu grave lesão no tórax, foi intubada e levada ao Pronto Socorro Estadual.
Atleta de fisiculturismo Ariane Real, de 31 anos.
Arquivo pessoal
Ao g1, o pai de Ariane contou que as vítimas eram amigas de infância e haviam saído para se divertir. De acordo com ele, a filha não costumava sair de casa e, quando saía, não demorava para retornar. Ariane deixa um filho, um menino de 1 ano e 3 meses.
A amiga da fisiculturista, que não teve a identidade divulgada, está internada no Hospital Geral de Roraima (HGR). Equipes da Rede Amazônica estiveram na unidade de saúde e apuraram que o marido da amiga, que aguardava informações do lado de fora do hospital, estava armado e abalado. Ele foi desarmado por um policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Esse foi o segundo acidente grave em Boa Vista em menos de dois dias. Na quinta-feira (26), mãe e filho morreram em um acidente entre a moto em que estavam e uma caminhonete, conduzida por uma mulher de 32 anos, no bairro São Vicente, zona Sul de Boa Vista.
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