Projeto que distribui comida a migrantes e pessoas vulneráveis em Roraima vence prêmio nacional de combate à fome


Projeto ‘Sumaúma: Nutrindo Vidas’ venceu na categoria ações emergenciais de combate à fome e levou R$ 100 mil em incentivos. Em um ano, trabalho distribuiu mais de 600 mil pratos de comida para mais de 17 mil pessoas em Boa Vista. Projeto Sumaúma serve mais de duas mil refeições todos os dias no Posto de Recepção e Apoio (PRA), em Boa Vista
Divulgação/Cáritas Brasileira
Criado para servir refeições a refugiados, migrantes venezuelanos e pessoas em situação de vulnerabilidade social, o projeto “Sumaúma: Nutrindo Vidas” venceu o prêmio nacional do Pacto Contra Fome, um movimento que visa erradicar a fome no Brasil. De responsabilidade da Cáritas Brasileira, o “Sumaúma” foi premiado na noite dessa quinta-feira (26), em São Paulo.
Cáritas lança projeto para servir refeição a refugiados e migrantes venezuelanos em Boa Vista
O projeto é desenvolvido desde agosto de 2022 em Roraima e venceu na categoria “combate a fome”. Neste período, distribuiu mais de 600 mil pratos de comida para mais de 17 mil pessoas em situação de vulnerabilidade em Boa Vista. A cerimônia de premiação ocorreu realizado no Memorial da América Latina.
Com a ajuda de voluntários e colaboradores da Cáritas, o projeto Sumaúma distribui todos os dias mais de duas mil refeições – entre café da manhã e almoço. O trabalho é desenvolvido no Posto de Recepção e Apoio (PRA), uma das unidades da Operação Acolhida que atende venezuelanos que chegam a Roraima em meio à crise migratória.
Projeto Sumaúma, com atuação em Roraima, foi premiado em cerimônia realizada em São Paulo
Divulgação/Cáritas Brasileira
Neste um ano de trabalho, o projeto que serve refeições forneceu mais de 400 toneladas em alimentos. A iniciativa compõe a rede de combate à fome e segurança alimentar e nutricional do Pacto Contra a Fome.
Além da Cáritas, o projeto ocorre em parceria com a Associação Mexendo a Panela, da Igreja Consolata, e com a Cáritas Diocesana de Roraima. Concorriam ao prêmio 310 ações de todo o país. Além do reconhecimento, o trabalho recebeu um valor de R$ 100 mil do Pacto Contra a Fome.
Outras seis entidades do terceiro setor foram premiadas na cerimônia. O projeto “Mãos Solidárias”, que atua em Recife, capital de Pernambuco, também levou o prêmio de combate à fome na cerimônia, ao lado da ação da Cáritas Brasileira.
‘Vivi a fome’
A migrante venezuelana Rut Elisa Escobar atua no projeto em Boa Vista. Ela subiu ao palco do Memorial da América Latina para receber a premiação e compartilhou o momento difícil que viveu quando migrou para o Brasil.
“Andei por três dias na estrada de Pacaraima até Boa Vista. Quando cheguei, a rua foi meu novo lar e o lixo a minha única forma de me alimentar”, relatou Rut. Atualmente, ela ajuda outras pessoas migrantes e refugiadas a serem acolhidas com dignidade, respeito e alimento.
“Eu sei e vivi a dor da fome. O Pacto é um compromisso e hoje todos nós temos a responsabilidade de nos comprometer com a luta contra ela”, reforçou.
Rut Elise Escobar, migrante venezuelana e colaboradora do Projeto Sumaúma recebeu o prêmio em nome da Cáritas Brasileira
Divulgação/Cáritas Brasileira
Membro da Coordenação Colegiada Nacional da Rede Cáritas, Valquíria Lima, ressaltou que o projeto Sumaúma é um desafio de acolhimento, empatia e resposta humanitária digna ao fluxo migratório. Na avaliação dela, o trabalho vai além de garantir de segurança alimentar a pessoas em situação de vulnerabilidade.
“É uma iniciativa que nasce da força do voluntariado, acolhendo migrantes e combatendo toda forma de preconceito. Além de uma alimentação nutritiva, a gente resgata vidas, dignidade e esperança. A força da coragem e da solidariedade transformadora”, concluiu.
O Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura familiar Paulo Teixeira, o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, e o secretário de Agricultura e Abastecimento do de São Paulo Guilherme Piai, participaram da solenidade.
Esta é foi primeira edição da premiação realizada pelo Pacto Contra a Fome, movimento da sociedade civil que visa contribuir no combate à fome e redução do desperdício de alimentos no Brasil. O evento contou com apoio da Unesco e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
‘Nutrindo Vidas’
Iniciado em agosto de 2022, o projeto “Sumaúma: nutrindo vidas” serviu, nos primeiros quatro dias, 3 mil refeições.
As refeições servidas são montadas com base nas necessidades e preferências das milhares de pessoas apoiadas pelo projeto diariamente. Uma nutricionista é responsável por elaborar o cardápio e acompanhar o preparo dos pratos de comida servidos no refeitório.
A iniciativa tem o objetivo de fornecer pelo menos duas refeições nutritivas e balanceadas a pessoas em situação de vulnerabilidade
Divulgação/Cáritas Brasileira
O objetivo da ação é possibilitar que tanto migrantes e refugiados venezuelanos como outras pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social em Boa Vista tenham acesso a pelo menos duas refeições balanceadas por dia. Por isso, a distribuição de alimentos não atende somente aos migrantes e refugiados amparados pela Operação Acolhida.
A Cáritas Brasileira possui autonomia para abrir as portas do refeitório do PRA a todas as pessoas em situação de rua. De segunda a sexta-feira, o Sumaúma distribui café da manhã e almoço. Aos sábados, o projeto serve apenas o almoço, e no domingo, somente café da manhã.
Cardápio do Projeto Sumaúma é elaborado por uma nutricionista, que também acompanha o preparo da comida
Divulgação/Cáritas Brasileira
São promovidas também atividades educativas voltadas para gestantes e lactantes, visando promover boas práticas de alimentação materna infantil.
O projeto realizado pela Cáritas Brasileira, já recebeu mais de R$ 4 milhões em investimentos através do Escritório de Assistência Humanitária (BHA) da Agência dos Estados Unidos pelo Desenvolvimento Internacional (USAID).
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