Comitê aprova diretrizes para que Brasil retome importação de energia da Venezuela para Roraima

Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico discutiu tema em reunião extraordinária. No início da semana, ministro Alexandre Silveira foi à Venezuela para acelerar tratativas. Testes de carga para importar energia da Venezuela devem começar em novembro
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou na quarta-feira (25) as diretrizes técnicas e econômicas para a retomada de importação de energia da Venezuela para abastecimento de Roraima – único estado que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Com a importação, a energia das usinas termelétricas que hoje abastecem Roraima será substituída pela produção da usina hidrelétrica de Guri, na Venezuela.
Na reunião, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) disse que ainda precisa receber informações mais atualizadas do sistema elétrico venezuelano. Os dados que ONS têm atualmente se referem à última vez que Roraima recebeu energia gerada na Venezuela.
O ONS também afirmou que é necessário flexibilidade no fornecimento.
“Ou seja, o montante a ser importado poderá variar conforme a demanda, podendo ser próximo a zero, nos momentos de menor carga no sistema de Roraima”, diz a nota.
A decisão foi tomada em reunião extraordinária convocada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no dia seguinte ao seu retorno de viagem à Venezuela. Silveira visitou o país no início da semana para acelerar a retomada da importação.
Roraima é o único estado não conectado ao sistema nacional de transmissão de energia
Como resultado de sua visita à Venezuela, Silveira acertou a formação de um grupo de trabalho entre representantes do ministério, do ONS e da empresa responsável pelo setor elétrico na Venezuela.
“Acredito que, se tecnicamente a linha de transmissão estiver segura e a produção de energia na usina estiver dentro da normalidade, conforme são as informações que já temos, acredito que dentro de 30 dias já vamos estar podendo ter restabelecido essa parceria com a Venezuela”, disse Silveira na última semana.
De acordo com a pasta, devem ser realizados testes em novembro para restabelecer a importação. O governo estima uma economia de R$ 10 milhões ao mês na conta de consumo de combustíveis, paga por todos os consumidores para custear a geração termelétrica no estado, que é mais cara.
A retomada foi viabilizada por um decreto assinado em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que autorizou o Brasil a importar energia de países vizinhos.
Segundo o decreto, é necessária a manifestação do CMSE e do ONS. Depois, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve aprovar o preço e volume de energia importada.
A Venezuela parou de enviar energia a Roraima em 2019, após uma série de apagões históricos no país. Desde então, o fornecimento aos consumidores no estado é feito por usinas termelétricas.
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