Indígenas e bombeiros combatem incêndio florestal que se alastrou há uma semana na TI Anembé, no Pará


Mais de 4 mil quilômetros de área da reserva já foram destruídos. Brigadistas estão no local para tentar conter o avanço das chamas, mas enfrentam dificuldades com água e comida. Fogo atinge a TI Anembé há mais de uma semana.
Reprodução / redes sociais
A comunidade da Terra Indígena Anembé, localizada no município de Moju, no nordeste do Pará, relata que está sofrendo com um incêndio florestal dentro da reserva desde a última segunda-feira (28). A suspeita dos indígenas é que o fogo tenha começado em uma fazenda – o que ainda não está comprovado pela polícia.
Brigadistas do Corpo de Bombeiros, acionados pela Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), estão no local para combater o fogo, mas enfrentam dificuldades devido à área de difícil acesso.
O fogo, segundo os indígenas, deixou um rastro de destruição por mais de 4 mil quilômetros dentro da reserva.
Na tentativa de acelerar o combate e impedir que a queimada se alastre ainda mais, os indígenas da TI Anembé se organizaram em uma força-tarefa para auxiliar as equipes dos Bombeiros no combate aos focos. A comunidade afirma que ainda são poucos os agentes enviados ao local.
Em nota, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará disse que “atua com equipes especializadas em diferentes frentes na área do município de Moju”.
Indígenas da TI Anembé ajudam no combate aos focos de incêndio na comunidade
reprodução / redes sociais
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Segundo informações dos moradores, a principal suspeita é a de que um fazendeiro teria começado o incêndio ao tentar usar fogo em área privada.
Ao perceber que a queimada tomou proporções para além do controle, o fazendeiro teria tentado combater por contra própria com uso de tratores e materiais de uso pessoal da fazenda, mas não foi suficiente, de acordo com os bombeiros.
“Sabemos que pode ter sido ele por conta do rastro do trator que tem desde a fazenda dele até a área onde foi destruída pelas chamas”, relata um dos indígenas que está na TI.
O início do incêndio ainda está sob investigação.
A Terra Indígena (TI) Anembé tem tamanho de 8 mil campos de futebol. É composta pelas aldeias Mapurupy, Yrapã e Yetehu – localizada no alto rio Cairari, no município de Moju, na região nordeste do Pará.
São cerca de 200 indígenas residindo na reserva, segundo dados do Terras Indígenas Brasil.
O g1 Pará procurou a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), mas ainda não havia obtido resposta até a publicação da reportagem.
TI Anembé pede socorro
A queimada continuava ameaçando avançar nesta segunda-feira (4), onda há a produção de alimentos e a densidade da fumaça coloca em risco a saúde dos indígenas, principalmente crianças e idosos, que continuam no local.
O acesso aos recursos essenciais, como água e alimentação, está cada vez mais escasso, segundo os indígenas.
Uma campanha de doação foi organizada pelos próprios indígenas na tentativa de amenizar os impactos negativos das queimadas na localidade.
Os moradores estão precisando de materiais como:
água mineral
alimentos não perecíveis
itens de higiene pessoal
equipamentos de apoio de brigada de incêndio
As doações podem ser feitas de forma presencial, na Rua Gonçalves Ferreira, 471, no bairro do Telégrafo, em Belém. É possível também entrar em contato com uma das representantes da TI de Anembé, Danielle Anembé, pelo número (91) 99921-2790.
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