Ancestralidade da música e dos instrumentos africanos é tema de projeto em Mogi das Cruzes


Músico senegalês esteve em duas escolas municipais da cidade. Ação permitiu aos estudantes se conectarem com herança africana que foi tema de redação do Enem. Redação sobre herança africana marca primeira prova do Enem
A valorização da herança africana foi o tema da redação do Enem 2024. O professor de ciências humanas Rui Mendes Ferreira Moreira avalia que esse tema ajuda a refletir sobre o processo de esquecimento da herança e da contribuição africana na evolução do Brasil. “Esse processo de ressuscitar, trazer acaba com o preconceito e, principalmente, coloca a cultura negra valorizada novamente na sociedade.”
Moreira afirma que as escolas são espaços não só de discussão, mas também de descoberta. Ele fez um projeto no ano passado na Escola Cid Boucault no distrito de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes. Esse é um dos locais de trabalho de Moreira. O professor explica que foi um projeto de resgate da cultura africana com desfile de moda, cultural e principalmente as tradições.
Para Rui Moreira o tema da redação do Enem também auxilia no combate ao preconceito religioso e intolerância religiosa. “Nosso país é multicultural e tem várias culturas que fazem parte do processo do crescimento brasileiro.”
Música Africana
E alunos de duas escolas no distrito de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes, tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre essa herança que está presente na cultura brasileira em várias vertentes, como a música. O projeto despertou o interesse e o respeito pela ancestralidade dos ritmos e dos instrumentos.
Saliu Seck é do Senegal e trouxe projeto de música africana para escolas municipais de Mogi das Cruzes
Reprodução/ TV Diário
Mesmo sem falar português o músico senegalês Saliu Seck se entendeu bem com os pequenos. Afinal, a linguagem da música é universal.
No toque dos instrumentos, nos gestos, no canto, a música mexeu com os sentimentos dos alunos. “Eu senti uma energia musical. É tipo uma mistura de música com dança e notas”, explica a Asheley Shawanda de 9 anos.
Salomão de Jesus Rodrigues de 9 anos era um dos mais dos interessados. “Eu gosto muito de música…música é minha vida. Minha avó que me inspirou, ela toca também.”
Seck disse que estava muito feliz e honrado em partilhar a cultura dele com as crianças e que é uma honra muito grande.
No Senegal, Saliu Seck é girô que é alguém que partilha as histórias e o legado delas. O principal instrumento tocado por ele é o djembé. E Saliu mostrou para a criançada o som do djembé.
A visita do músico senegalês na Escola Municipal Astrea Barral Nebias faz parte do projeto Raízes D’Oeste que leva vivência cultural da África ocidental para as escolas. “A conexão cultural e musical entre o Brasil e a África é imensa. O que as crianças estão tendo oportunidade agora é ter contato com música africana autêntica tradicional diretamente com um mestre de música africana. Então, valoriza essa herança africana na música brasileira e coloca elas em contato com algo que tem muito a ver com a nossa cultura”, explica o técnico de artes Geraldo Monteiro Neto.
Crianças de escola de Mogi das Cruzes conhecem sobre música e instrumentos africanos
Reprodução/ TV Diário
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