Caso João de Assis: cinco pessoas acusadas de matar auditor fiscal começam a ser julgadas em Maceió


Réus são mãe, três filhos dela e um funcionário do depósito que a vítima estava fiscalizando quando foi assassinada. João Assis Pinto Neto foi assassinado em Maceió no dia 26 de agosto
Reprodução TV Gazeta
Começou nesta quinta-feira (31) o júri popular dos acusados de envolvimento na morte do auditor fiscal João de Assis, ocorrida em 2022. O julgamento acontece no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió. Serão ouvidas 34 testemunhas, começando pelas de acusação. Os réus devem ser ouvidos no período da tarde, juntamente com as testemunhas de defesa. Não há previsão para o término do julgamento.
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A acusação se baseia em crime triplamente qualificado, com motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. O crime aconteceu quando o auditor realizava uma inspeção em um depósito de bebidas no Tabuleiro dos Martins. Após ser brutalmente assassinado, o corpo da vítima foi carbonizado. Cinco pessoas sentam no banco dos réus, sendo quatro da mesma família. São eles:
João Marcos Gomes Araújo, primeiro a ser preso: confessou que presenciou o assassinato, mas não fez nada para impedir porque, segundo seu advogado, teria ficado muito assustado;
Ronaldo Gomes de Araújo, segundo a ser preso, irmão de João e Ricardo: confessou à polícia que cometeu o assassinato e acusou a vítima de tentar extorqui-lo durante uma fiscalização ao seu mercadinho;
Ricardo Gomes de Araújo, terceiro a ser preso, irmão de Ronaldo e João: segundo a polícia, imagens de câmeras de segurança mostram que ele deixou o estabelecimento da família dirigindo o carro da Sefaz e parou em um posto de combustíveis para comprar gasolina, possivelmente usada para colocar fogo no corpo de Assis. Testemunhas que foram ouvidas confirmaram os fatos.
Maria Selma Gomes Meira, mãe de João Marcos, Ronaldo e Ricardo: confessou ter limpado a cena do crime e dirigido o carro até o local onde o veículo da Sefaz foi deixado, mas nega participação direta no homicídio;
Vinicius Ricardo de Araújo Silva, funcionário do mercadinho, foi a quinta pessoa presa: confessou ter participado da ocultação do cadáver, mas negou envolvimento no assassinato.
Maria Selma e seu filho João Marcos são acusados de suporte moral aos executores para que lograssem êxito no plano criminoso.
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Os irmãos Ronaldo e Ricardo e também Vinicius constam nos autos como os que torturaram João de Assis, causando-lhe sérias lesões, culminando a violência em sua execução. Os cinco foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, além dos crimes conexos de fraude processual, corrupção de menor e ocultação de cadáver.
Quem era João de Assis
João de Assis Pinto Neto estava prestes a completar 63 anos quando foi assassinado. Ele era natural do estado de Minas Gerais, mas há pelos menos 20 anos trabalhava em Alagoas.
Casado, pai de um casal de filhos, sendo um deles um tenente da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL), o auditor fiscal da Receita Estadual ingressou na Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas (Sefaz) em 2002, por meio de concurso público.
João de Assis era um homem religioso, que realizava ações sociais, como distribuição de alimentos e visita a presídios. De personalidade calma, era voltado sempre para ações em benefício dos mais necessitados.
Admirado por seus colegas de profissão, João de Assis era tido como um profissional de reputação ilibada, altamente comprometido com seu trabalho, cumpridor dos seus deveres e, com a legislação, além de uma pessoa extremamente tranquila e centrada em seu trabalho.
Segundo o Presidente da Associação do Fisco de Alagoas – ASFAL, Gustavo Calheiros, João de Assis gozava de alta credibilidade em meio aos colegas, visto como sério e zeloso em suas atividades, jamais se envolveu em qualquer ato que estivesse fora da legislação, durante os seus vinte anos de relevantes serviços prestados ao Estado de Alagoas.
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