Em Manaus, Rio Negro registra repiquete e recua 25 centímetros em cinco dias, aponta Defesa Civil


O Rio Negro voltou a descer após 12 dias de elevação. Nesta terça-feira (29), o nível das águas está em 12,25 metros. Seca do Rio Negro em 2024
Willian Duarte/ Rede Amazônica
Após 12 dias em elevação, o Rio Negro começou a recuar, diminuindo 25 centímetros em apenas cinco dias em Manaus. As informações são da Defesa Civil, que monitora o nível das águas. Nesta terça-feira (29), a marca registrada é de 12,25 metros.
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Neste ano, o Rio Negro atingiu 12,11 metros, o menor nível já registrado em mais de 120 anos de medição. Esse fenômeno alterou o cenário do Encontro das Águas e levou a prefeitura de Manaus a fechar a Praia da Ponta Negra.
Na orla, bancos de areia surgiram no meio do rio, forçando as embarcações a se afastarem cada vez mais do local onde costumavam atracar, próximo à via pública. Essa situação também impactou o escoamento da produção das empresas do Polo Industrial da capital, que tiveram que instalar um píer flutuante em Itacoatiara para facilitar o recebimento de insumos e o envio de mercadorias produzidas pela indústria.
Dados da Defesa Civil do Amazonas indicam que o Rio Negro parou de descer ao atingir 12,11 metros, no dia 12 de outubro. No dia seguinte, 13 de outubro, o nível começou a subir lentamente.
Na quarta-feira (23), o rio parou de encher ao alcançar a marca de 12,50 metros. Na quinta-feira (24), o nível das águas se manteve estável nesse patamar. No dia seguinte, sexta-feira (25), o rio começou a retroceder, um fenômeno que os pesquisadores chamam de “repiquete”.
Rio Negro está há quatro dias de queda no nível das águas
Veja o nível do Rio Negro na última semana, em Manaus:
Dia 23/10: 12,50 metros;
Dia 24/10: 12,50 metros;
Dia 25/10: 12,46 metros;
Dia 26/10: 12,41 metros;
Dia 27/10: 12,35 metros;
Dia 28/10: 12,29 metros;
Dia 29/10: 12,25 metros.
A repentina subida das águas pode ser explicada pelo fenômeno conhecido como “repiquete”, típico dos rios da região amazônica, em que os níveis oscilam, subindo e descendo, como uma espécie de efeito sanfona.
Para a pesquisadora do Serviço Geográfico do Brasil (SGB), Jussara Cury, a falta de chuvas nas regiões de cabeceira e central dos rios pode atrasar o início da fase de enchente.
“A região está passando por uma fase de estabilidade da vazante para iniciar um novo ciclo hidrológico, que seria com o retorno do período chuvoso. Só que as precipitações não se consolidaram de forma a se estabelecer como um período chuvoso. Temos chuvas nas regiões de cabeceira e central da bacia, só que elas ainda não são suficientes para vencer o processo de vazante”, explicou.
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