Principal rio de Roraima, Rio Branco atinge menor nível registrado em 2023

Na última atualização da Agência Nacional de Águas (ANA), feita nesta segunda-feira (6), o nível foi de 0,77 cm. Em 2022, no mesmo período, a régua registrava 4,85 m, segundo a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer). Rio Branco está com nível de água abaixo do esperado para o período; foto de outubro de 2023
Ronny Alcântara/Rede Amazônica
Principal rio de Roraima, o Rio Branco atingiu nesta segunda-feira (6) 0,81 cm, o menor nível registrado desde o início do ano pelo Setor Operacional de Monitoramento da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer). Em 2022, no mesmo período, a régua registrava 4,85 m, ou seja, 4,04 m mais cheio.
Na última atualização da Agência Nacional de Águas (ANA), feita às 13h30 de hoje, o nível foi de 0,77 cm, ou seja, 4 cm a menos do que o registrado pela Caer.
Fonte de água potável que abastece a casa de moradores de Boa Vista, o Rio Branco foi um dos quatro principais rios da Bacia Amazônica com nível mais baixo já registrado no histórico de medições para o mês de setembro, segundo um relatório do Sistema Geológico Brasileiro (SGB) e da ANA.
Principal rio de Roraima, Rio Branco começa a secar e tem cota abaixo da média para outubro
Ao todo, a água do Rio Branco é distribuída para 70% da população e os 30% são de poços artesianos perfurados em vários pontos da capital. A Caer distribui água para cerca de 115 mil unidades consumidas na capital, mas a companhia considera toda a população de 413 mil como consumidores.
A Caer atua com equipes técnicas de plantão e monitoramento do sistema de abastecimento, que está funcionando em sua potência máxima, incluindo o Centro de Captação, estações de tratamento e poços artesianos.
No mês de setembro, a Caer instalou uma bomba de captação superficial no leito do rio, sobre uma balsa e capta mais de 160 litros por segundo, o que gera aproximadamente 13 milhões de litros por dia.
“Em uma situação extrema da estiagem do rio, a empresa estatal tem condições de acoplar mais uma bomba de 300Cv ao flutuante para a adutora de 900 milímetros”, informou a companhia.
A seca no Rio Branco tem sido notada desde setembro deste ano, com o fim do período chuvoso no estado. Os municípios que mais têm preocupado autoridades locais são: Boa Vista, Bonfim, Cantá, Amajari, Normandia, Pacaraima e Uiramutã.
Em 2016, quando o estado enfrentou uma das piores secas da história, o volume de água ficou em -59 centímetros. A estiagem tem sido agravada pelo fenômeno El Niño, quando ocorre o aquecimento anormal do Pacífico equatorial.
Uso consciente
O presidente da Caer, James Serrador, reforçou que a empresa está preparada para enfrentar o período de estiagem mesmo que o Rio Branco atinja pelo menos 30 centímetros negativos, pois o volume de água produzido deve suprir toda a demanda de água. Porém, por ser limitado, o uso deve ser consciente, moderado e responsável. Entre as dicas estão:
Evitar lavar calçadas com água diretamente da torneira, optando por aproveitar água já usada na lavagem de roupas, por exemplo
Reduzir o tempo de banho;
Manter as torneiras bem fechadas;
Ensinar as crianças a utilizar apenas o necessário para higiene das mãos e escovar os dentes;
Substituir as torneiras antigas por modelos de pressão ou com sensores, que chegam a reduzir o consumo de água em 40%;
Instalar arejadores de vazão dos bicos das torneiras. Os arejadores misturam ar na água, gerando a sensação de mais volume. A economia com estes aparelhos pode chegar a 75%.
Além de corrigir os vazamentos e caso observe que eles estejam ocorrendo no cavalete (estrutura onde o hidrômetro é instalado) ou antes dele, a população pode acionar a Caer pelos canais oficiais (app, site, pela Central de Atendimento 0800 280 9520 ou pelo WhatsApp 95 98406-3918).
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