Artesãos ensinam passos do cavalo marinho e a técnica de tocar a rabeca, na Fenearte


Oficinas aproximam público da cultura popular nordestina. Programação segue até o domingo (15). Jovem potiguar aprovou oficina de rabeca na Fenearte e já saiu tocando ‘Asa Branca’
Penélope Araújo/G1
O estudante Guarabira Dias não conhecia a rabeca. O jovem, que é de Natal, no Rio Grande do Norte, visitou a Fenearte pela primeira vez e participou de uma oficina que ensinava os primeiros toques no instrumento musical. Gostou tanto que voltou para fazer a mesma aula, e já saiu dela tocando a música Asa Branca, de Luiz Gonzaga. “É um som mais rústico muito bonito, e que celebra a cultura popular”, comentou Guarabira. A experiência faz parte da oficina ‘Rabecando na feira’, oferecida pela 19ª edição da Fenearte, em Olinda.
Ao longo da aula, que acontece no mezanino do Centro de Convenções, os alunos aprendem um pouco da história da rabeca e do seu processo de construção, passeando pelo instrumentos que foram seus precursores, além de colocarem a mão na massa e executarem as primeiras notas no instrumento musical. “A ideia é mostrar que tocar rabeca não é tão difícil quanto parece”, detalha o instrutor, o músico Rodrigo Fernandes.
A oficina, que tem duração de duas horas e tem duas sessões diárias, está sempre com a turma cheia. Ao todo, são dez vagas que podem ser preenchidas por alunos de qualquer idade – basta se inscrever no local. “O tempo é curto, e por isso desenvolvi um método mais simples de ensinar a técnica, para facilitar o aprendizado da música ‘Asa Branca’, já que para tocá-la só é preciso de duas cordas. O resultado é esse: tem muita gente que já sai tocando mesmo”, argumenta Rodrigo.
O músico Rodrgo Fernandes conta história da rabeca e ensina as primeiras notas no instrumento para o público da Fenearte
Penélope Araújo/G1
Os novos ‘rabequeiros’ se empolgam não apenas com a técnica de tocar, mas até mesmo de produzir a própria rabeca – um deles é o artesão Edson Barreto, de Paulista, no Grande Recife. “Vim para a Fenearte para expor, soube da oficina e me inscrevi logo”, contou Edson, que já trabalha com artesanato em madeira. “Vou batalhar, me aprofundar, e ainda vou construir minha própria rabeca”, exclamou o artesão.
Na sala ao lado, alunos se divertem com outra aula: a oficina ‘Brincantes de cavalo marinho’, ministrada por filhos do Mestre Salustiano, homenageado da Fenearte. Enquanto músicos tocam canções tradicionais da dança, a instrutora Imaculada Salustiano, ensina os principais passos para o público.
Oficina de cavalo marinho na Fenearte revela tradição do folguedo e atrai curiosos
Penélope Araújo/G1
Para ela, é gratificante repassar a tradição do cavalo marinho em turmas cheias como as deste domingo (8). “É uma arte que une música, dança e teatro, e usa essa expressão para contar uma história, que é o dia a dia dos trabalhadores da zona rural. Isso faz parte da nossa história”, detalha.
A maior parte dos alunos, segundo Imaculada, é de pessoas que já conhecem a dança e gostariam de aprender os passos. No entanto, há também curiosos que nunca pensaram em brincar o cavalo marinho, mas acabam gostando do ritmo. É o caso da artesã Glaucia Ferreira, que veio expor suas obras de crochê na Fenearte e participou da aula.
Como o folguedo também é popular em Goiana, cidade de origem da artesã, os passos não eram completos desconhecidos. “Eu conhecia só ‘de vista’, mas nunca tinha dançado. Quando vi a movimentação, resolvi participar. Tenho artrose e tudo, mas nem senti! É muito envolvente, muito bom!”, celebrou Glaucia.
Artesã participa de oficina de cavalo marinho e aprova a dança tradicional
Penélope Araújo/G1
As oficinas são ministradas diariamente, até o último dia da Fenearte. Confira as aulas e os horários.
A Fenearte segue até 15 de julho, das 14h às 22h nos dias úteis e das 10h às 22h nos finais de semana. De segunda a sexta, a entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Os valores do ingresso para sábados e domingos são R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Os tíquetes são vendidos na internet, em pontos descentralizados e na bilheteria do evento.
Edson Barreto já planeja construir a própria rabeca, após aula na Fenearte
Penélope Araújo/G1
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