Aumento de 16 vezes da vazão das Cataratas do Iguaçu influencia inundações no Paraguai, e famílias precisam ser removidas de casa


Alta tem relação com chuvas intensas no Paraná. Depois das quedas, Rio Iguaçu deságua no Rio Paraná, que segue em direção ao país vizinho, que vem sendo atingido pelas inundações. Aumento de vazão nas Cataratas do Iguaçu tem reflexos no Paraguai
Marcos Landim/RPC Foz do Iguaçu
O aumento da vazão das Cataratas do Iguaçu em mais de 16 vezes, devido às chuvas intensas no Paraná, tem influenciado em inundações no Paraguai, e pelo menos 60 famílias precisaram ser removidas de casa até esta segunda-feira (30), segundo Itaipu Binacional.
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As quedas estão com fluxo acima dos 24 milhões de litros de água por segundo, de acordo com o monitoramento hidrológico da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Esta é a segunda maior vazão desde 1997, quando o monitoramento passou a ser automático e medido de hora em hora.
A vazão normal é de 1,5 milhão. Assista ao vídeo a seguir.
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Cataratas do Iguaçu registra segunda maior vazão da história
Após passar pelas Cataratas do Iguaçu, o Rio Iguaçu deságua no Rio Paraná, que segue no sentido Paraguai. Conforme a Itaipu, isso tem causado grande aumento no fluxo do rio, que passou de 15 milhões de litros por segundo para mais de 33 milhões em menos de 24 horas.
Ainda conforme Itaipu, cerca de 120 famílias do bairro San Rafael, em Ciudad del Este, no Paraguai, no limite com Foz do Iguaçu, no Paraná, podem ser afetadas pelo aumento repentino da vazão.
Cataratas do Iguaçu estão com vazão 16 vezes acima do normal
Gilvana Giombelli/g1 Paraná
Por isso, desde domingo (29), equipes da usina auxiliam na remoção das famílias para áreas seguras, em parceria com os governos locais.
No lado brasileiro, a passarela próxima às quedas está fechada para visitação. Os demais circuitos permanecem abertos.
No lado argentino das Cataratas do Iguaçu, o parque está fechado diante da grande vazão das quedas. Parte da passarela que dá acesso ao circuito Garganta do Diabo foi arrastada pela correnteza.
Impacto da vazão das Cataratas influencia a usina de Itaipu?
Rio Iguaçu, à esquerda, deságua no Rio Paraná, à direita na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai
Divulgação
O Rio Paraná, que é represado pela usina de Itaipu, nasce na região do triângulo mineiro e faz fronteira natural entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, até chegar na região da tríplice fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai. Após passar pela usina, o leito do rio segue sentido Paraguai.
O Rio Iguaçu, que banha as Cataratas do Iguaçu, nasce na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e segue no sentido leste oeste no estado do Paraná. Cerca de 20 km após passar pelas quedas, o Rio Iguaçu deságua no Rio Paraná.
Desta forma, não há impacto direto no funcionamento da usina de Itaipu.
Porém, para evitar que o fluxo do encontro entre os dois rios cause mais inundações no Paraguai, a hidroelétrica, conforme a assessoria, está fazendo o possível para reter a maior quantidade de água que chega ao reservatório.
Para isso, a Itaipu manterá o vertedouro fechado pelo menos até quarta-feira (1º).
Aumento de vazão nas Cataratas do Iguaçu tem reflexos no Paraguai
Itaipu Binacional
Chuvas no Paraná
Pelo menos 36.237 pessoas foram atingidas por temporais no Paraná da última quinta-feira (26) até domingo (29). É o que indica o mais recente balanço da Defesa Civil do Paraná, divulgado na manhã desta segunda-feira (30).
Conforme o documento, na manhã desta segunda, 779 pessoas estão desabrigadas e 1.894, desalojadas. O órgão afirma, ainda, que registrou 30.280 residências danificadas e 26 casas destruídas.
Também de acordo com a Defesa Civil, 57 cidades tiveram danos registrados, como Porto Amazonas, nos Campos Gerais.
Geladeira e sofá são arrastados e ‘engulidos’ com força da água no Paraná
Reprodução
O Rio Iguaçu voltou a subir na cidade e chegou a 5,8 metros, de acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Em Dois Vizinhos, no sudoeste, choveu 270 milímetros apenas no sábado (28), de acordo com o Simepar. A média histórica de outubro era de 231 mm na cidade.
Outra cidade com moradores afetados foi Francisco Beltrão, também no sudoeste. Com registro de quase 200mm de chuva em apenas um dia, vários pontos da cidade alagaram, e casas foram invadidas pela água.
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