Confira 5 motivos que fazem da Feira do Livro de Porto Alegre uma das maiores e mais populares festas literárias do Brasil


69ª edição do evento começa nesta sexta-feira (27) e dura 20 dias. Programação inclui mais de 1 mil atividades culturais – tudo de graça. Organização espera que público ultrapasse 1,5 milhão de pessoas. Edição de 2022 da Feira do Livro de Porto Alegre
Diego Lopes
A 69ª Feira do Livro de Porto Alegre começa nesta sexta-feira (27), a partir das 10h, com a abertura oficial prevista para as 18h no Espaço Petrobras Carlos Urbim. A Praça da Alfândega, no Centro Histórico, será novamente o palco da festa literária – que é uma das maiores e mais populares do Brasil. Os motivos? O g1 elencou cinco que destacam o evento da Capital do Rio Grande do Sul de outros que ocorrem no país afora.
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Feira popular
Ocorre apesar do financiamento público
Bibliodiversidade
Tamanho
Patrimônio cultural brasileiro
1) Feira popular
De acordo com Maximiliano Ledur, presidente da Câmara Rio-Grandense de Letras , diferentemente de outros eventos literários, como bienais e a Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), a Feira do Livro de Porto de Porto Alegre é popular, ou seja, qualquer pessoa pode entrar e conferir as atrações (são mais de 1 mil, entre apresentações culturais, oficinas, palestras e contação de histórias).
“Ocorre em uma praça central, não há cobrança de ingresso e a única coisa paga é o livro. Pessoas que não entrariam em uma livraria ou biblioteca, na feira, têm essa oportunidade”, afirma Ledur.
Ledur destaca a importância dessa característica na popularização da leitura e na facilitação do acesso ao livro ao citar o trabalho junto às escolas da cidade que ocorre ao longo do ano que antecede a feira: mais de 550 turmas escolares devem passar pela Praça da Alfândega ao longo do evento, tendo garantidos transporte e até lanche, tudo custeado pela organização.
Feira do Livro de Porto Alegre em imagem de 2019
Maria Ana Krack / PMPA
2) Ocorre apesar do financiamento público
Até a tarde de quinta-feira (26), o orçamento da 69ª edição da feira era de R$ 2,2 milhões. O valor é cerca de 20% menor que o previsto, pois R$ 872 mil que estavam garantidos via Lei de Incentivo à Cultura (LIC) foram “perdidos”, devido a uma mudança nas regras de destinação da lei.
Foram alterados os critérios de desempate promovida pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC) para decidir para quais eventos as verbas seriam destinadas — “projeto com local de realização em município que menos recebeu recursos da LIC nos últimos 12 meses”. Dessa forma, eventos tradicionais ficaram de fora da distribuição por estarem sediados em cidades que foram mais contempladas.
“O financiamento público ajuda – e ajuda muito. Mas, mesmo sem ele, a gente dá um jeito de fazer a feira acontecer. Seja com parceria, trocas, apoios ou patrocínio. O que pode ocorrer é o evento ser menor, contar com uma estrutura reduzida, menos atrações. A gente faz o possível”, explica Ledur.
Com o orçamento disponível, a feira vai ocorrer ao longo de 20 dias, com 110 estandes de livreiros e a população vai poder participar da programação cultural, que reúne mais de 630 sessões de autógrafos, 15 oficinas de escrita e literatura e 155 palestras (saiba mais ao longo da reportagem).
Há apoio do governo do estado e da prefeitura de Porto Alegre, mas os valores repassados são considerados baixos pela Câmara do Livro se comparados aos incentivos recebidos por outros eventos do tipo.
A 69ª edição tem praticamente 50% do orçamento composto por recursos que vieram via Lei Rouanet, do Governo Federal.
Feira do Livro de Porto Alegre movimentou R$ 3 milhões em 2021
Alex Rocha/PMPA
3) Bibliodiversidade
A organização da Feira do Livro preza pela diversidade de títulos que estarão disponíveis. Nas prateleiras dos estandes, o público encontra os livros que estão nas vitrines das grandes lojas online, por exemplo, mas outros também, de diferentes editoras, e todas ocupando o mesmo espaço.
E como isso é garantido? Há regras para que seja possível expor na feira. Uma delas é que é necessário estar associado à Câmara Rio-Grandense do Livro por pelo menos dois anos. Além disso, cada livreiro tem direito a uma barraca.
Dessa forma, empreendimentos menores terão exposição semelhante ao de grandes livrarias.
A livreira Elizabete de Fátima Soares de Abreu participa da Feira do Livro de Porto Alegre há mais de 20 anos.
Lilian Lima/G1 RS
4) Tamanho
A Feira do Livro de Porto Alegre é longa: ocorre até o dia 15 de novembro, ou seja, são 20 dias. A expectativa da organização é que pelo menos 1,5 milhão de pessoas passem por ela.
São 110 estantes, 630 sessões de autógrafos, 15 oficinas de escrita e literatura (com escritores renomados nacional e internacionalmente), 155 palestras e outras atividades, tudo gratuito e acessível, afinal, ela é montada no coração de Porto Alegre.
A programação completa está disponível no site da feira.
Livros na Feira do Livro de Porto Alegre
Alex Rocha/PMPA
5) Patrimônio cultural brasileiro
Conforme a Câmara Rio-Grandense do Livro, desde o ano passado, a Feira do Livro de Porto Alegre é Patrimônio Cultural da União.
O instrumento é uma forma de reconhecimento e proteção do evento. Patrimônio Cultural é definido como um conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
Serviço
O quê: 69ª Feira do Livro de Porto Alegre
Quando: desta sexta (27) até 15 de novembro, das 10h às 20h
Onde: Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre (há atrações que vão ocorrer em lugares próximos da praça no Centro)
Tema: Quem lê, sabe o caminho
Patrono: Tabajara Ruas, escritor e cineasta
VÍDEOS: Tudo sobre o RS
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