‘Golpe terceirizado’: motoboys são usados por criminosos em nova modalidade de crime na região de Campinas

Ao comprar algo pela internet, o golpista pede a um motorista para buscar o produto e não paga ao vendedor pela compra. O entregador, mesmo sendo vítima, também pode acabar sendo preso. Motoristas e entregadores de aplicativo são usados para aplicar golpes na região
Criminosos estão contratando motoboys e motoristas de aplicativos como iscas, e terceirizando golpes de estelionado na região de Campinas (SP). A princípio, os bandidos entram em contato com um alvo, se passam por compradores de algum produto que está sendo anunciado na internet ou por parentes que precisam de dinheiro.
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Na última quarta-feira (1º), Luan Henrique, que trabalha como motoboy em uma empresa de transportes em Americana (SP), foi contratado para retirar um cheque em um endereço e levar para o banco. Ao chegar na casa da cliente, uma idosa, ele percebeu que tinha algo errado.
A idosa havia recebido uma ligação de uma pessoa que se passava por um sobrinho dela, dizendo que precisava de dinheiro.
“O telefone tocou e ela atendeu conversando com o sobrinho dela, o tal sobrinho dela. Aí nesse momento, ele pediu para ela passar o telefone para mim para conversar comigo. Ele queria que eu entendesse como seria o trabalho para ele. Nesse meio termo, eu desconfiei porque ele me ofereceu uma quantia maior do que já foi combinado com a empresa para estar realizando o trabalho para ele”, explicou Luan.
Desconfiando de um possível golpe, o motoboy ligou para o chefe, que acionou rapidamente a polícia.
“Ele ligou para mim e explicou a situação. E aí, quando ele me ligou, quem estava solicitando o pagamento começou a ligar para a senhora pressionando para ela fazer com mais rapidez. A gente sentiu que tinha alguma coisa errada e solicitamos a Polícia Militar”, contou Lucas Olla, chefe de Luan.
Medo de cair em golpes
Motoristas e entregadores de aplicativo são usados para aplicar golpes na região
EPTV
Cair em golpes é preocupação de muitos motoboys que trabalham com o serviço. Muitas vezes eles não sabem do que se trata a entrega.
“A gente não pode violar uma caixa, uma entrega, então a gente tem que correr o risco. Infelizmente é assim”, pontuou um motoboy.
Especialista em segurança, Antônio Carlos Bellini explicou o que as empresas podem fazer para evitar que os motoboys respondam por possíveis crimes sem que eles tenham envolvimento.
“Esses profissionais ou as empresas que captam o serviço para esses profissionais fizessem um cadastro da pessoa que tá fazendo a contratação daquele serviço, uma identificação e uma verificação dos números ou do meio de contato que tá sendo utilizado para que caso haja algum tipo de problema, se consiga pelo menos tentar isentar esse profissional de alguma responsabilidade.”
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