Onça-pintada Juçara é flagrada ‘tomando um solzinho’ no Parque Estadual do Morro do Diabo; VÍDEO


Animal avistado às margens do Rio Paranapanema, em Teodoro Sampaio (SP), participou de uma enquete com mais de 700 votos para receber o nome. Onça-pintada é flagrada às margens do Rio Paranapanema, em Teodoro Sampaio
A onça-pintada Juçara foi flagrada no Parque Estadual do Morro do Diabo, enquanto ‘tomava um solzinho’, às margens do Rio Paranapanema, neste domingo (2), em Teodoro Sampaio (SP)(veja o vídeo acima). Segundo o gestor da reserva florestal, Eriqui Inazaki, a fêmea foi identificada por meio da análise das rosetas, as manchas do animal, que funcionam como uma digital.
Ao g1, Inazaki ainda pontuou, na tarde desta segunda-feira (3), que a imagem foi feita “durante uma fiscalização de guarda-parques da Fundação Florestal (FF)”. Eles gravaram a cena em um vídeo.
Onça-pintada Juçara foi flagrada neste domingo (2), no Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP)
Rodrigo Alves e Maycon Ferreira/Fundação Florestal
No ano passado, a onça participou de uma enquete, nas redes sociais, para receber um nome. Na ocasião, a votação foi realizada durante dez dias e contou, no total, com mais de 700 votos. Juçara teve 32% dos votos na categoria das fêmeas.
“Onças-pintadas adultas têm o hábito de caminhar em trilhas e descansar ao sol em locais abertos, como visto no vídeo. A espécie é listada pelo ICMBIO (2022) no Brasil como Vulnerável e em São Paulo (2018) como Criticamente Ameaçada”, acrescentou Inazaki ao g1.
Onça-pintada Juçara foi flagrada neste domingo (2), no Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP)
Rodrigo Alves e Maycon Ferreira/Fundação Florestal
Onças no Morro do Diabo
De acordo com gestor Eriqui Inazaki, os animais “não moram em uma Unidade de Conservação em específico, e sim trafegam por grandes corredores ecológicos do Estado”.
“O Projeto MonitoraBioSP, programa de monitoramento da biodiversidade da Fundação Florestal, identificou no último ano, por meio das câmeras trap, armadilhas fotográficas instaladas dentro das matas, cerca de 11 diferentes animais, identificados por meio de suas rosetas, as manchas que são como uma impressão digital”, argumentou ao g1.
Por se tratar de uma espécie do topo da cadeia alimentar, a presença das onças, ainda segundo Inazaki, é um indicador de outros animais da floresta e sua escassez indica o declínio da saúde da floresta.
“Um dos principais motivos para sua ausência é a supressão da vegetação e a caça. Muitas vezes, quando as onças não encontram alimento na mata, buscam animais domésticos, ampliando os riscos que estão levando a espécie à extinção: os proprietários dos animais as consideram como uma ameaça econômica. Além disso, em rodovias que cortam áreas de preservação, é importante respeitar os limites de velocidade e redobrar a atenção com relação à passagem de fauna”, concluiu.
Onça-pintada fêmea recebeu o nome de Juçara com 32% dos votos
Fundação Florestal
A espécie
A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino do continente americano. Tem até 1,90 metro de comprimento e 80 centímetros de altura. Os machos pesam cerca de 20% a mais do que as fêmeas, podendo chegar a 135 quilos.
A onça-pintada pode viver em vários tipos de hábitats, desde que uma parte da vegetação seja densa. É um animal solitário e territorial. Tem hábitos noturnos. Pode ocupar áreas de 22 km² a mais de 150 km² (dependendo da disponibilidade de presas). A espécie era encontrada desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Mas está oficialmente extinta nos Estados Unidos e já é uma raridade no México.
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Na onça-pintada, ocorre também o fenômeno do melanismo, comum em outros felinos. A coloração amarela é substituída por uma pelagem preta. Dependendo da luz em que o animal se encontra, percebem-se as rosetas. O animal na forma melânica é chamado de onça-preta.
As populações vêm diminuindo devido ao confronto com atividades humanas, como a pecuária. A espécie é classificada pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e pelo Ibama como vulnerável e está no Apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (Cites).
Ou seja, o risco de extinção está associado ao comércio e sua comercialização só é permitida em casos excepcionais, mediante autorização expressa.
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