Apoio dos EUA ‘chancela’ Fundo Amazônia e deve atrair mais investimentos, diz Marina Silva

Ministra do Meio Ambiente falou à GloboNews. Na semana passada, presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou intenção de contribuir para o fundo. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta quinta-feira (16) que o anúncio do governo dos EUA de transferir recursos para o Fundo Amazônia funciona também como uma “chancela” para o programa e tem o potencial de atrair novos investidores, públicos e privados.
Marina fez a declaração durante entrevista para o programa “Estúdio i”, da GloboNews.
O anúncio da intenção de contribuir para o Fundo Amazônia foi feito pelo presidente dos EUA, Joe Biden, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país, na semana passada.
Em comunicado conjunto com Lula, Biden anuncia intenção de entrar no Fundo Amazônia
Não foi informado o valor da contribuição. Entretanto, o blog da Julia Duailib apurou que o aporte será de US$ 50 milhões (R$ 270 milhões).
“Quando o governo (dos EUA) decide que vai fazer aporte em dinheiro para um fundo que foi criado, com um operador sendo uma instituição financeira brasileira, isso tem um valor muito grande porque os Estados Unidos funcionam também como uma espécie de catalisador, como uma força gravitacional. O mundo fica olhando, né? Se até os EUA estão reconhecendo a importância desse fundo para a proteção das florestas, para o desenvolvimento sustentável de uma região tão sensível e importante como é o caso da Amazônia, isso cria uma busca por doadores de outros países e até da iniciativa privada e da filantropia”, disse Marina.
“É uma negociação com um ganho secundário muito grande, que é esse de uma chancela e de um reconhecimento de um instrumento altamente inovador, que é receber recursos não retornáveis por um resultado já alcançado”, completou a ministra do Meio Ambiente.
Fundo Amazônia
O Fundo foi criado há 15 anos para financiar ações de redução de emissões provenientes da degradação florestal e do desmatamento na Amazônia. Atualmente, ele reúne doações internacionais e já recebeu recursos da Noruega e Alemanha.
Entre as ações financiadas pelo fundo estão aquelas voltadas para redução de emissões provenientes da degradação florestal e do desmatamento, o apoio a comunidades tradicionais e a ONGs que atuam na região amazônica, além de fornecer recursos diretamente para estados e municípios para ações de combate ao desmatamento e a incêndios.
A iniciativa esteve paralisada desde abril de 2019, quando o governo federal, sob a gestão de Jair Bolsonaro, fez um “revogaço” de centenas de conselhos federais e com isso extinguiu o Comitê Orientador (COFA) e o Comitê Técnico (CTFA).
Na campanha, Lula prometeu retomar o fundo. Essa foi uma de suas primeiras medidas após assumir o governo, em 1º de janeiro.
Aporte dos EUA
Marina disse que o governo Lula vai atuar para que o valor do aporte norte-americano ao fundo seja o maior possível, em linha com o que já investem Noruega e Alemanha.
“O valor que vai ser aportado, claro, torcemos para que seja o máximo possível. Isso ainda não está decidido. Vamos trabalhar para que seja um aporte que seja à altura do que já vem sendo feito por Alemanha e Noruega”, disse a ministra.
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