Tributo de Conka a Sabotage em ‘Cabeça de nêgo’ lembra que rap é compromisso


“Salve Sabotage, MC de compromisso
Cumpre seu papel no céu
Que aqui a gente te mantém vivo”
Essa saudação ao cantor e compositor paulistano Mauro Mateus dos Santos (3 de abril de 1973 – 24 de janeiro de 2003), rapper conhecido como Sabotage, foi feita há sete anos por Karol Conka em versos de Boa noite (Vinicius Leonard Moreira e Karoline dos Santos de Oliveira), música lançada em 2011 como primeiro single do álbum de estreia da rapper curitibana, Batuk freak (2013).
Desde então, Conka vem dando voz ativa às mulheres no universo do hip hop com a consciência de que o rap é compromisso, como sentenciou Sabotage no título do segundo e derradeiro álbum de estúdio desse artista assassinado há 15 anos na cidade natal de São Paulo (SP).
Por isso mesmo, soa coerente e nada oportunista a regravação de Cabeça de nêgo, música de Sabotage, em single que será lançado nas plataformas digitais em 6 de abril. Feita com toque de reggae, a gravação foi produzida pelo Instituto com Boss in Drama. Cabeça de nêgo é música composta e produzida por Sabotage com Rica Amabis e Tejo Damasceno, integrantes do Instituto, que foi lançada no álbum Coleção nacional (2002) em gravação referencial para Karol Conka.
No comunicado que anuncia o single, a rapper contextualiza a gravação e a influência de Sabotage na vida da artista. Com a palavra, Karol Conka: “Além de ser fã do Sabotage desde que comecei a escutar rap, ele é bem presente no meu dia-a-dia, tanto quando ouço os sons dele como nas conversas que tenho com o DJ Hadji, que toca comigo há muitos anos e que foi o DJ do Sabotage. Hadji sempre diz que a gente se parece na forma leve e divertida de levar a vida”. Acho Cabeça de nêgo uma música forte, uma história intensa que ele escreveu de uma vez. Fiz uma versão com influência do reggae e com o maior respeito. É uma responsa muito grande e uma honra para mim. Minha raiz é o rap, embora tenha me aventurado por outros estilos, e o Sabotage precisa ser sempre lembrado não somente no rap, mas na história da música brasileira”.
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