Câmeras instaladas em veículos flagram imprudência de motoristas em Curitiba


Monitoramento faz parte de pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para analisar o comportamento do condutor. Objetivo é criar novas políticas públicas no trânsito. Pesquisadores monitoram comportamento de motoristas
Uma pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) acompanhou 32 motoristas dirigindo no trânsito de Curitiba por 15 dias. Os participantes do estudo foram filmados dentro dos carros durante todo o período analisado.
Segundo os dados, 56% dos condutores foram flagrados acima da velocidade permitida da via na maior parte do tempo. Outro comportamento gravado pelas câmeras foi o frequente uso do celular enquanto dirigiam.
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Em um dos flagras, um motorista atingiu 145 Km/h em um trecho urbano da BR-277, onde a velocidade máxima permitida é de 70 Km/h.
A pesquisa pode contribuir para o desenvolvimento de novas políticas públicas, segundo os pesquisadores. Entenda mais abaixo.
Câmeras instaladas em veículos flagram imprudência de motoristas em Curitiba
Reprodução/RPC
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A pressa não compensa
Conforme os estudos, andar acima da velocidade não compensa para o condutor. A cada quilômetro acima da velocidade, a economia foi de apenas 8 segundos.
A pesquisa mostrou que em um trajeto de 5 quilômetros o tempo de deslocamento levou 40 segundos a mais quando todas as normas foram respeitadas.
Segundo o professor Tiago Bastos, do Departamento de Transportes da UFPR, os motoristas arriscam mais em ruas residenciais, com limite de 30 a 40 Km/h. Foram 135 flagras em ruas desse tipo.
“Nós identificamos que naquelas áreas mais diversas, com uso comercial, residencial e de serviços, o excesso de velocidade é menor. E onde há mais radares há menos excesso de velocidade e há mais registros de motorista em velocidade em áreas onde há população de menor renda”, disse.
Câmeras instaladas em veículos flagram imprudência de motoristas em Curitiba
Reprodução/RPC
Criação de política pública
O levantamento é inédito no Brasil, de acordo com o fundador e consultor do Observatório Nacional de Segurança Viária, parceiro da pesquisa, Mauro Gil Meger, e pode contribuir no desenvolvimento de novas políticas públicas.
“A gente está gerando o estudo para poder acompanhar a evolução daquilo que está acontecendo de modificação no trânsito e isso cria um histórico que possibilita avaliar mudanças de comportamento que a gente tenha e até mudanças na mobilidade”, disse.
Conforme o pesquisador, a ideia é espalhar por outras cidades do país.
Sistema de monitoramento
Duas câmeras foram instaladas nos veículos. Uma na lateral direita mostrando o que o motorista estava fazendo e a outra no para-brisa registrando o trajeto percorrido.
O sistema tem um GPS que monitorava a velocidade do veículo assim que o carro era ligado.
Ao todo, foram 299 horas de gravação em 1.002 viagens em Curitiba e região metropolitana analisadas pelos pesquisadores.
Câmeras instaladas em veículos flagram imprudência de motoristas em Curitiba
Reprodução/RPC
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