Reportagens do Portal g1 Presidente Prudente e Região ajudam moradores do Oeste Paulista a resolver problemas e, inclusive, a sobreviver


Portal refez contato com pessoas de Panorama (SP), Presidente Bernardes (SP) e Presidente Prudente (SP), auxiliadas por meio da produção jornalística, ao longo de 10 anos. Após obras de contenção dos barrancos do Córrego Guarucaia, em Presidente Bernardes (SP), moradores da Vila Romana vivem mais tranquilos
Rosalina Aparecida Domingos
Para além de tornar público um fato, o jornalismo mantém o compromisso social de ajudar pessoas a solucionar problemas. Há 10 anos, essa é uma das missões do Portal g1 Presidente Prudente e Região, o qual já deu voz a milhares de histórias ao longo de uma década na região do Oeste Paulista.
Relembre algumas situações em que o jornalismo do g1 ajudou na busca de soluções para problemas enfrentados por moradores do Oeste Paulista.
Em 15 de julho de 2017, o g1 deu início a uma série de reportagens mostrando o drama que moradores do bairro Vila Romana, em Presidente Bernardes (SP), viviam diante da preocupação com a falta de obras para a contenção da erosão dos barrancos do Córrego Guarucaia, que corta a comunidade.
Segundo relatos da população local, o problema já durava cerca de 30 anos e, na época, colocava em perigo as 15 casas que margeavam o córrego e corriam o risco de serem “engolidas” pelo buraco.
Moradora do bairro há mais de duas décadas, a funcionária pública estadual Rosalina Aparecida Domingos acompanhou de perto a situação e o medo enfrentado pelos vizinhos. Ao g1, ela disse ter, na época, contatado alguns moradores e marcado uma reunião com o Poder Executivo na tentativa de resolver o problema.
“Naquele tempo, houve muitas reuniões com a Prefeitura, com a Promotoria [de Justiça], houve também visitação tanto do promotor quanto do próprio g1, por meio do então repórter Wellington Roberto, além de diversos contatos com a Secretaria da Polícia Militar Ambiental de São Paulo”, relembrou a moradora.
Problema preocupava moradores do bairro havia aproximadamente 30 anos, em Presidente Bernardes (SP)
Arquivo/g1
‘Perigo iminente’
Seis dias após a publicação da primeira reportagem, a Prefeitura de Presidente Bernardes havia informado que a parte técnica do projeto encaminhada à Defesa Civil para a realização da obra teve parecer favorável. Porém, em janeiro de 2018, o problema se agravou e assustou ainda mais os moradores.
Já em fevereiro de 2018, a Secretaria da Casa Civil do Estado de São Paulo informou ao g1 que foi autorizada a liberação de uma verba no valor de R$ 672.220,96 para a contenção de erosão nos barrancos do Córrego Guarucaia.
No fim de outubro do mesmo ano, a Prefeitura ressaltou ao portal que havia concluído a licitação para a obra na Vila Romana e preparava os documentos do certame para serem encaminhados à análise da Defesa Civil, em São Paulo (SP). Por fim, em janeiro de 2019, as obras no local tiveram início.
Problema colocava em perigo 15 casas que margeavam o córrego e corriam o risco de serem ‘engolidas’ pelo buraco, em Presidente Bernardes (SP)
Arquivo/g1
“O trabalho do Portal g1 Presidente Prudente e Região foi de suma importância, pois fez tornar-se público o trágico e iminente perigo que aqueles moradores que margeiam o Córrego Guarucaia viviam há mais de 30 anos, enquanto os poderes Executivo e Legislativo assistiam de camarote a tudo isso durante décadas sem tomar a devida providência”, afirmou a moradora.
Ainda conforme Rosalina Aparecida, atualmente, os proprietários das casas que margeiam o córrego vivem mais tranquilos, no entanto, “são necessárias supervisões e manutenções ferrenhas no local”, já que a vala de cimento representa risco de acidente para as pessoas que transitam pelo trecho.
“Devido à insistência com a Prefeitura e a Promotoria, juntamente com o abaixo-assinado, a presença massiva dos moradores da Vila Romana e as reportagens contínuas do g1, tivemos então a realização de uma barreira que impede as erosões”, afirmou a funcionária.
Após reportagens do Portal g1 Presidente Prudente e Região, problema no Córrego Guarucaia foi solucionado
Rosalina Aparecida Domingos
Trajetória de superação
Em novembro de 2015, o g1 viajou até Panorama (SP) para contar a história de Vitória Barbosa Oliveira, cujo nome faz jus à trajetória de superação vivida pela jovem, atualmente, com 22 anos.
Portadora de bronquiolite obliterante, doença rara que adquiriu após uma catapora se desenvolver, primeiramente, em seus pulmões, ela viu sua rotina se transformar completamente. Coisas básicas do dia a dia, como ir à escola ou até mesmo escovar os cabelos, já não eram mais possíveis de serem feitas sozinha.
Com apenas sete anos, a garotinha emagreceu 12 quilos, foi acometida por febres altas e desenvolveu um quadro de falta de ar constante, levando à dependência, por 24 horas, de oxigênio via cateter para conseguir respirar.
Vitória Barbosa Oliveira desenvolveu bronquiolite obliterante após uma catapora
Acervo pessoal
Ao g1, Vitória relembrou o dia em que o portal fez contato com ela e a mãe, Andreia Barbosa, para tornar pública a luta enfrentada pela adolescente que, na época, aguardava na fila por um transplante de pulmões, já que os tratamentos clínicos não surtiam mais efeito.
“O trabalho do g1, posso dizer, com tamanha gratidão, que me ajudou muito. Ele mostrou para as pessoas que não era uma história mentirosa. Sem dúvidas, foi algo de grande importância para o meu caso e, por esse motivo, muitas pessoas me cobram constantemente para escrever um livro, pois têm curiosidade de saber dos detalhes”, revelou a jovem.
Doença fez com que jovem ficasse dependente, por 24 horas, de oxigênio via cateter para conseguir respirar
Acervo pessoal
‘Milagre sem explicação’
O transplante não aconteceu. Vitória permaneceu na fila, à espera de um doador, por cerca de dois anos, período em que foi assistida pelo Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. A paciente possuía todos os indícios físicos e clínicos atestando que o único recurso restante para ela era o transplante de pulmões.
“Fui beneficiada com um milagre. Para a medicina, não tem explicação. Vivo há seis anos sem o transplante com o quadro clínico ainda grave, porém, o quadro físico é totalmente outro, sem a dependência de oxigênio. Levo uma vida totalmente normal, como se nunca tivesse tido algum problema de saúde. Me casei e estou me permitindo viver intensamente”, relatou ao g1.
Jovem permaneceu na fila à espera por transplante de pulmões
Acervo pessoal
Apesar de não ter sido necessário o transplante, de acordo com a jovem, a reportagem publicada pelo g1 despertou o interesse e a curiosidade das pessoas sobre a doação de órgãos, uma discussão importante na visão da dona de casa.
“O desenrolar dos fatos após a publicação da reportagem despertou o interesse de muitas pessoas em querer saber mais sobre a questão da doação de órgãos. Elas me procuraram querendo ajudar de alguma forma. Apoio e campanhas de oração em várias cidades e estados começaram a surgir”, enfatizou.
Reportagem especial do Portal g1 Presidente Prudente e Região fez com que pessoas se interessassem pela doação de órgãos, segundo Vitória
Acervo pessoal
Amor que vai além
Como mensurar o amor de uma mãe e de um pai? Para a família Sato, moradora de Presidente Prudente, ele ultrapassou as paredes do lar e foi parar no g1. Isso porque, em 2014, o portal começou a acompanhar de perto a história da família, que buscava um tratamento alternativo com o canabidiol para proporcionar uma melhor qualidade de vida para a filha, devido a uma má formação cerebral conhecida como lisencefalia.
A condição de Julia Ayumi Aguiar Sato, atualmente com 14 anos, fazia com que ela tivesse convulsões diárias, além de espasmos frequentes, sofrimento que os pais, Alessandra Andrea Aguiar Sato e Leandro Sato, não aguentavam mais ver a menina passar.
Julia Ayumi Aguiar Sato, atualmente com 14 anos, possui lisencefalia
Acervo pessoal
Na época em que o portal fez a primeira reportagem com a família, há cerca de nove anos, Julia vivia acamada. Os pais buscavam métodos para recuperar a saúde da criança, mas nada surtiu efeito. Para evitar o sofrimento, a saída que a família achou foi mantê-la medicada e dormindo, na tentativa de conter os espasmos musculares.
“Em 2013 foi o ano em que nada segurava as convulsões da Julia e nós estávamos desesperados. Vimos uma reportagem falando sobre o canabidiol e fomos atrás para ver se conseguíamos esse remédio que parecia ser a solução”, relembrou ao g1 a empresária Alessandra Andrea Aguiar Sato.
No entanto, a esperança da família foi abalada pela notícia de que, na época, o uso do medicamento derivado da maconha era proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os pais, então, conseguiram uma receita médica com o neurologista da filha e a autorização da Anvisa para ministrar a medicação.
Sem o medicamento, Julia tinha cerca de 50 convulsões por dia
Arquivo/g1
Inicialmente, a família utilizou recursos próprios para comprar o remédio, no entanto, segundo a mãe, a situação financeira ficou difícil, já que, na época, cada seringa custava em média 800 dólares e a filha precisava de sete aplicações mensais.
A melhora, por outro lado, foi incontestável. Antes de tomar o canabidiol, Julia tinha cerca de 50 convulsões diárias. Após o uso do medicamento, “praticamente zerou”.
Ao g1, a mãe relembrou que, com o auxílio da Defensoria Pública, a família já estava com a causa ganha na Justiça, no entanto, a verba não estava sendo repassada para os Sato, momento em que todos ficaram desesperados.
“Meu marido estava desconsolado com tanta injustiça, pois havíamos conseguido a liminar, porém, não estávamos recebendo o remédio da nossa filha, e as convulsões voltaram mais fortes ainda. Foi quando o Portal g1 Presidente Prudente e Região e a TV Fronteira leram nossa postagem e foram atrás da nossa família para saber mais sobre o assunto”, disse a empresária.
Família recorreu ao Portal g1 Presidente Prudente e Região e à TV Fronteira para conseguir remédio para a filha
Arquivo/g1
Vidas transformadas
A partir de então, uma série de reportagens foi divulgada pelo Portal g1 Presidente Prudente e Região com o objetivo de não só atualizar a população sobre o caso da pequena Julia, mas também fazer com que a história chegasse às autoridades, para que alguma ação concreta fosse, de fato, tomada.
Materiais contando a história da família, as atualizações sobre a situação da liminar na Justiça, a espera angustiante para o início do tratamento, bem como o acompanhamento durante as primeiras retiradas do medicamento na sede do Departamento Regional de Saúde (DRS), em Presidente Prudente, pela família, e a melhora no quadro da menina após o início do tratamento foram divulgados.
A iniciativa, de acordo com a mãe, “foi de grande ajuda”.
“Daí em diante, o Portal g1 Presidente Prudente e Região e a TV Fronteira não pararam mais de nos ajudar até conseguirmos o remédio de que tanto precisávamos. Eles foram importantíssimos nas nossas vidas. Enquanto não recebíamos o remédio, todos os dias tinha reportagem. E até depois de conseguirmos eles ainda ligavam e perguntavam: ‘A Julia está recebendo a medicação?”, revelou a mãe ao g1.
Julia Sato junto aos pais, Alessandra Andrea Aguiar Sato e Leandro Sato, e à irmã mais nova, Miyuki Aguiar Sato
Acervo pessoal
Compromisso social
Em uma dinâmica cíclica e inesgotável, o jornalismo comunitário tem o poder de alterar realidades, à medida em que são noticiadas e, por isso, transformadas.
Os 10 anos completados pelo g1 Presidente Prudente e Região neste 1º de de novembro de 2023 reforçam a sede de histórias e de compromisso social que move, todos os dias, os jornalistas que integram o maior portal de notícias do Oeste Paulista.
Feliz uma década, g1 Presidente Prudente e Região!
Continue dando voz a tantas vozes do Oeste Paulista. ❤
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