Pequena Cecília comemora um mês de vida após parto inesperado em corredor de hospital, durante a madrugada, em Pres. Prudente


Não precisou de internação, sentir as dores das contrações ou indução ao parto. Não deu nem tempo de se instalar em um quarto. Pequena Cecília comemora um mês de vida após parto inesperado em corredor de hospital, em Presidente Prudente (SP)
Acervo pessoal
A lua ainda pintava o céu quando a pequena Cecília dos Santos Nogueira veio ao mundo, medindo 47 centímetros e pesando 2,995 quilos, às 4h42 de exatos 30 dias atrás, em Presidente Prudente (SP). Nesta segunda-feira (30), a bebê completa um mês de vida e o g1 relembra o parto da menina.
O grito da mãe, Kimberly Karolayne dos Santos Nogueira, de 21 anos, ecoou pelos corredores e quartos do Pronto-socorro do Hospital Regional (HR), anunciando a chegada não tão inesperada da segunda filha. “Tá nascendo!”, ela dizia.
Em instantes, a passagem que então abrigava os pacientes acamados tornou-se uma verdadeira pista de corrida, com movimentação de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, que iam, apressados, rumo à sala de emergência da unidade de saúde para testemunhar o milagre da existência.
Não precisou de internação, sentir as dores das contrações ou indução ao parto. Não deu nem tempo de se instalar em um quarto. A bebê nasceu ainda no corredor, entre a sala de emergência e a recepção.
Bebê nasceu às 4h42 do dia 30 de setembro, medindo 47 centímetros e pesando 2,995 quilos
Acervo pessoal
Segundo o pai, Luan Alfredo Pereira Nogueira, de 29 anos, o padrão se repetiu, já que a primeira filha do casal, Manuella dos Santos Nogueira, também veio ao mundo desta forma, apressada, há quatro anos.
“A bolsa da minha esposa estourou ainda de madrugada. Ela começou a sentir dor, então, eu falei para ela tomar um banho rápido para irmos ao hospital. Não deu nem tempo de ir para a sala de cirurgia. Ela [Cecília] nasceu ali mesmo [no corredor]. A sensação foi inexplicável”, revelou ao g1 o pai, emocionado.
O nascimento de Cecília estava previsto para 10 dias depois, exatamente em 10 de outubro. O casal, inclusive, seria padrinho de casamento da irmã de Luan, na manhã seguinte, mas a sobrinha não quis esperar.
Segundo a mãe, o primeiro mês de vida de Cecília foi tranquilo, pois ela ‘é bem boazinha e dorme bem’
Acervo pessoal
Surpresa feliz
A avó materna, Maria Luciene dos Santos, de 48 anos, aguardava, ansiosa, no corredor do hospital por notícias da filha e da neta, que havia poucos minutos tinham entrado na sala de emergência da unidade. Ela estava dormindo quando recebeu uma ligação da filha dizendo que a bolsa amniótica havia estourado.
“Deu 10 minutos, ela chegou em casa e fomos para o hospital. Quando estávamos descendo do carro, ela falou: ‘Mãe, já tá nascendo’. Eu pedi para o segurança pegar uma cadeira de rodas, mas ele já trouxe uma maca”, disse ao g1.
Para a diarista, saber que a filha não sofreu com dores intensas para dar à luz foi algo positivo.
“Agora, tenho nove netinhos. É só felicidade. Que a Cecília venha com saúde!”, desejou a avó.
A avó materna, Maria Luciene dos Santos, aguardava por notícias da filha e da neta
Bárbara Munhoz/g1
‘Sensação única’
A mamãe de segunda viagem, Kimberly Nogueira, relatou que o primeiro mês de vida da pequena Cecília foi tranquilo, pois ela “é bem boazinha e dorme bem”. Já Manuella, encontrou na irmã uma parceira para todas as horas.
“A Manu está toda emocionada. Assim que eu cheguei em casa, ela ficou toda feliz, agarrando e beijando a irmãzinha dela, porque era muito pequenininha. Agora, ela já está mais tranquila, mas gosta de me ajudar a cuidar dela”, afirmou.
Exatos trinta dias após o nascimento da bebê, mesmo com o susto, Kimberly ainda lembra, com carinho, do dia em que a filha veio ao mundo.
“Dar à luz antes de chegar no quarto foi muito emocionante! Uma sensação única. Claro que tive um pouco de medo pelo fato de não ter chegado a tempo no centro obstétrico”, enfatizou ao g1.
Família Nogueira em ensaio fotográfico antes de Cecília vir ao mundo
Acervo pessoal
A bolsa estourou às 4h e exatamente às 4h40 a família já estava no hospital. Dois minutos depois, Cecília foi recepcionada pelos enfermeiros. A mãe achou que não iria nascer tão rápido, já que “não sentia nenhuma dor”.
“O que impediu Cecília de nascer antes foi minha calcinha. Ela ‘segurou’ a bebê. Foi desesperador, muito corrido. Se meu marido demorasse um pouquinho mais, ela nasceria no carro mesmo”, brincou.
Ao g1, Kimberly disse que foi bem recepcionada pelos profissionais do hospital, onde ficou por três dias.
“Minha mãe e meu marido ficaram o tempo todo comigo. As enfermeiras, muito atenciosas, me ajudaram a dar a primeira mamada. A todo momento elas me auxiliaram”, lembrou.
Pequena Cecília completa um mês de vida nesta segunda-feira (30)
Acervo pessoal
Ética e moralidade
Enfermeiro da unidade há quase 20 anos, Márcio Rogério da Silva Estevão explicou ao g1 que, embora casos como o de Kimberly não sejam raros, sempre que acontecem, emocionam a todos.
“A paciente chegou aqui em parto normal, a bebê já estava coroada. Nós simplesmente recepcionamos a criança. Faz parte da minha profissão prestar atendimento, então, assim o fiz. É uma parte bonita, de poder fazer bem ao próximo”, relatou o profissional, de 45 anos.
Enfermeiro Márcio Rogério da Silva Estevão ficou emocionado durante o parto de Cecília
Bárbara Munhoz/g1
Para ele, fazer o parto de Cecília junto ao auxiliar de enfermagem e companheiro de profissão Cláudio Lima foi um momento único, de muita alegria.
“Nós atendemos a paciente, com calma e tranquilidade, sempre seguindo os princípios éticos e morais da nossa profissão”, concluiu à reportagem do g1.
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