Casos de feminicídios registrados em 2023 ultrapassam quantidade de todo ano passado no Sul de MG


De janeiro até agora foram pelo menos 20 casos; em 2022 foram cerca de 19 registros. Casos de feminicídios registrados em 2023 ultrapassam número do ano passado no Sul de MG
O número de feminicídios registrados no Sul de Minas neste ano já ultrapassa a quantidade de 2022. Um levantamento feito pela EPTV, afiliada TV Globo, aponta que de janeiro até agora foram pelo menos 20 casos na região; em todo o ano passado foram 19 ocorrências.
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“Infelizmente a gente ainda tem homens na sociedade que acreditam que as mulheres são sua propriedade. […] Eles não toleram ciúmes, não toleram ser contrariados e quando isso acontece eles praticam atos de violência e até o feminicídio”, explica Ana Paula Arruda, delegada da Polícia Civil.
O Sinal Vermelho é um dos instrumentos de denúncia contra a violência doméstica e familiar. Não se cale. Denuncie.
Eduardo Andrade.
O cenário preocupante da região levanta questões sobre a segurança das mulheres e a necessidade de medidas mais eficazes de proteção.
O último caso de feminicídio registrado no Sul de Minas foi contra uma mulher de 25 anos, morta a facadas pelo namorado na frente dos três filhos em São Lourenço (MG) na última semana. O suspeito foi preso três dias depois na zona rural de Pouso Alto (MG).
A delegada da mulher comenta que existe a necessidade de instrumentos legais mais eficazes para manter esses agressores encarcerados, com penas mais rigorosas e maior cumprimento.
“Eu acho que a gente precisa realmente instrumentalizar o sistema de Justiça com leis que agravam a pena e o cumprimento por parte desses agressores. Os juízes, durante o cumprimento da pena, têm instrumento para manter esses agressores, esses monstros, efetivamente presos pelo maior tempo possível”, explica a delegada.
Vítima de violência doméstica
Reprodução/EPTV
Ainda nesta semana, outro caso de violência contra a mulher foi registrado na região. Um idoso de 84 anos foi preso suspeito de agredir e ameaçar a esposa, de 81 anos, em São Lourenço. Segundo a Polícia Militar, a motivação seria “ciúmes”.
“Esse sentimento de posse, de que o homem tem que estar acima da mulher dentro do relacionamento, que ele deve comandar a situação dentro de casa. E que a mulher é uma coisa, uma propriedade. Isso está enraizado na nossa sociedade. Isso é o machismo. E quando esses homens, eles se veem numa situação que eles não têm o controle, passam realmente a agredir, a matar, nós mulheres”, afirma.
Também no Sul de Minas, um homem de 38 anos foi preso nesta semana por descumprir medida protetiva e agredir a ex-mulher, com quem tem três filhos. O caso aconteceu em Lavras (MG).
Conforme a delegada da Polícia Civil, neste ano foi realizada a prisão preventiva de 10 homens pelo mesmo motivo na cidade. “Só aqui em Lavras, mais ou menos um homem por mês vem sendo preso pelo descumprimento da medida protetiva de urgência”.
“A gente precisa realmente de uma união de forças para combater essa situação e para que as mulheres realmente tenham proteção”, completa a delegada.
A medida protetiva é um instrumento legal que pode ser solicitado por uma mulher que se sinta ameaçada por um parceiro ou ex-parceiro. Para obtê-la, é necessário procurar a delegacia de polícia mais próxima e informar a situação, apresentando evidências, se disponíveis, da ameaça ou da violência sofrida.
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