Ex-PM serial killer suspeito de matar mais de 10 pessoas foge enquanto participava de projeto de ressocialização em Roraima


Gilson Viana de 43 anos, conhecido como ‘Mutum’ ou ‘Cabeça Seca’, também é suspeito de ser pistoleiro em região de garimpo ilegal. Gilson Viana de 43 anos é suspeito de assassinar ao menos 12 pessoas
Arquivo pessoal
Um ex-policial militar, identificado como Gilson Viana de 43 anos, suspeito de assassinar ao menos 12 pessoas fugiu do sistema prisional de Roraima nesta quinta-feira (26) enquanto participava de um curso do projeto de ressocialização “Renascer”. Ele estava preso na Cadeia Pública desde 2021 e tem práticas criminosas similares às de um serial killer, segundo a Polícia Civil.
Conhecido como “Mutum” ou “Cabeça Seca”, ele é suspeito de ser pistoleiro em região de garimpo ilegal em Roraima. Viana foi preso em 2021 pela Polícia Civil e tinha três mandados de prisão em aberto.
Gilson fugiu na tarde de hoje, enquanto participava do curso de formação profissional de eletricista de automóveis do Pronatec, segundo a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Sejuc). O curso é ministrado na sede do projeto. Ele burlou a escolta dos policiais penais e conseguiu fugir.
“A Sejuc reforça que está tomando todas as providências cabíveis para apurar o ocorrido. É importante ressaltar que no processo de ressocialização são oportunizados aos reeducandos cursos e profissionalização com o objetivo de prepará-los para o retorno ao convívio na sociedade, conforme legislação vigente”, disse a pasta.
O projeto Renascer dá oportunidades de ressocialização por meio da força de trabalho. Na iniciativa, os presos da Cadeia Pública trabalham nas áreas de mecânica elétrica, lanternagem, posto de lavagem, serralheria, borracharia, marcenaria e barbearia, e com isso a pena reduz em um dia para cada três dias trabalhados.
À época da prisão do ex-policial, a defesa pediu transferência dele da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) para a Cadeia Pública de Boa Vista. Isto porque, segundo o advogado, ele podia ser morto caso presos de facção descobrissem que ele já fez parte da PM. O pedido foi atendido.
Na ocasião da prisão, em 2021, foram encontrados fardamentos e acessórios de uso exclusivo da PM e mochilas contendo kits de sobrevivência na selva, como acessórios de armas de fogo calibre .40 e munições calibre 38.
Crimes
Entre a série de homicídios, ele é suspeito de ser o autor de um ataque a tiros em uma distribuidora de bebidas, que deixou dois mortos e dois feridos em maio de 2021. As investigações da Polícia Civil também apontavam o envolvimento do suspeito como “pistoleiro” na região de garimpo ilegal.
“Uma das linhas de investigações, é a atuação dele na atividade de ‘pistolagem’. Não está descartado esse apontamento, por conta dessa declaração dele e, também, de elementos que obtivemos em momento anterior à prisão dele, que indicavam que havia uma movimentação constante para o interior do estado, para região de mata”, disse Marcos Lázaro, diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) ao g1 à época da prisão.
Na ocasião, o ex-policial confirmou ao delegado os crimes dos três mandados de prisão, mas negou a autoria dos outros crimes. Os primeiros registros de homicídios cometidos pelo ex-policial são de 2011, conforme o delegado.
Entre os anos de 2013 e 2014, com a solução de alguns inquéritos, a linha de investigação é que se tratava de um serial killer. Ele chegou a ser preso em flagrante por homicídio. O procedimento foi encaminhado à PM, e resultou na expulsão dele da corporação em 2015.
Gilson Viana está sentenciado à pena de sete anos e quatro meses em regime fechado por uma tentativa de homicídio.
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