Jovem de 18 anos esfaqueada pelo ex vai passar por cirurgia no AC: ‘minha filha não merecia isso’, diz mãe


De acordo com a família, o estado de saúde da jovem é estável, mas uma das facadas perfurou o pulmão dela e vai ser preciso uma operação em Cruzeiro do Sul. Mãe de Adriely Araújo Silva disse que testemunhas relataram a ela que o suspeito, ex da jovem, estava com ciúmes dela. Adriely Araújo Silva, de 18 anos, levou 15 facadas do ex-namorado
Arquivo pessoal
A jovem Adriely Araújo Silva, de 18 anos, que foi esfaqueada 15 vezes pelo ex-namorado dentro de um comércio em Tarauacá, no interior do Acre, na manhã dessa terça-feira (30), vai precisar passar por uma cirurgia pois um dos golpes perfurou um pulmão.
O estado de saúde da jovem é estável, e ela aguarda o procedimento no Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul.
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A mãe de Adriely, que pediu para não ser identificada, disse que não estava no local quando a filha foi atacada, mas que testemunhas relataram a ela que o suspeito, Vandernilson Rosas da Silva, de 25 anos, ex-namorado da vítima, agiu motivado por ciúmes.
De acordo com a mãe, eles não estavam mais juntos, mas dividem os cuidados com o filho deles, de 4 anos. Nessa terça, Silva pediu à irmã dele para que ligasse para Adriely e pedisse que ela levasse a criança à casa dele.
Ela atendeu o pedido e foi levar a criança. Nesse momento, o suspeito começou a questioná-la.
“Quando ela chegou lá, ele começou a falar várias perguntas pra ela. Que tinham dito pra ele que ela estava ficando com outro, e pedindo pra ela voltar pra ele. Ela dizia que não queria mais ele, porque já estava com tantos meses separados e não dava mais certo. Aí ele começou a dizer que ela estava ficando com outro, que tinham dito pra ele. E aí ela disse que não, que não ficava com ninguém, não saia nem de casa. E aí ele disse: ‘eu vou te matar, sua desgraçada, porque se tu não for minha não é mais de ninguém’. […] Então, o que ele fez foi muito errado com a minha filha, a minha filha não merecia isso”, relatou.
Adriely foi vítima de tentativa de feminicídio no interior do Acre
Arquivo pessoal
Imagens feitas por câmeras de segurança e testemunhas mostram quando ele, ainda segurando a arma do crime, tenta fugir a nado pelo Rio Tarauacá. (Veja vídeo mais abaixo)
Ainda nessa terça, uma outra parente da vítima que não quis se identificar, também contou à Rede Amazônica que Adriely recebeu a ligação do suspeito que pediu que ela levasse o filho que os dois tem juntos até ele e que o ataque aconteceu neste momento.
“O menino correu e ela correu para dentro do comércio que tem perto da casa dele. Ela correu e entrou no banheiro, só que não deu tempo para conseguir fechar a porta. Aí ele começou a furar ela. O senhorzinho [dono do comércio] ficou do lado pedindo pra ele parar”, disse a parente.
Agora, segundo a mãe da jovem, a família espera por justiça. Nesta quarta-feira (30), o suspeito ainda é procurado pela polícia. Ela espera que Silva seja encontrado e pague pelo crime que quase tirou a vida da jovem.
“Eu quero justiça, eu quero que a justiça seja feita, porque eu quero que ele pague por isso. Porque a minha filha é tudo na minha vida, o que seria de mim se ela tivesse morrido? Eu amo a minha filha, eu quero justiça. Ela foi socorrida, então, rapidamente, trazida aqui para o Próximo Socorro de Cruzeiro do Sul, em um avião, em uma UTI. A polícia já está à procura dele, né, e já andaram por vários cantos atrás dele, já espalharam fotos dele nas redes sociais. E eu creio que em breve ele vai ser preso. Ele vai pagar por tudo isso que ele fez lá dentro da cadeia, porque é isso que ele merece”, acrescentou.
Vídeo mostra suspeito de tentativa de feminicídio, no interior do AC, fugindo nadando
Vítima lutou com suspeito
A filha do comerciante, que também não quis se identificar, disse que o pai ficou sem reação ao ver o homem esfaqueando a vítima no local. Ainda de acordo com o relato do homem, a jovem lutou muito para sobreviver ao ataque.
“Ela lutou com ele. O pai disse que se ela tivesse sido ‘mais mole’, ele teria matado ela. Ela lutou com ele mesmo, ela se defendia do jeito que podia das facadas. Meu pai disse que nunca tinha visto uma coisa daquela. Foi muito triste, ela pedindo socorro, e meu pai só podia pedir pra ele não matar ela. Era a única coisa que ele podia fazer, porque ele não ia se agarrar com ele”, explica ela.
Ao g1, a polícia disse que foi notificada do crime através de um grupo de mensagens por celular. Conforme o boletim de ocorrência, os policiais decidiram ir ao local informado e ao chegarem, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), tinha acabado de sair do local com a vítima que estava em estado crítico.
Os agentes foram informados pela equipe médica que a vítima estava na sala de emergência passando por cirurgia. Adriely sofreu perfurações nas costas, braços e pescoço e o suspeito teria tentado decapitá-la.
Os investigadores em conversa com a irmã do suspeito, receberam a informação de que ele possivelmente teria ido à casa de outra irmã que mora no bairro Ipepaconha, após pular no rio.
Os policiais procuraram Silva no local apontado pela irmã, porém não conseguiram encontrá-lo. O delegado Ronério Silva, responsável pela delegacia do município afirmou que a busca pelo homem continua na tentativa de prendê-lo ainda nesta terça (29), em flagrante.
Já a jovem deve ser encaminhada ao Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul. A administração confirmou a ida de Adriely, porém não soube precisar a hora que ela deve chegar.
CANAIS DE AJUDA PARA CASOS DE VIOLÊNCIA
A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda:
(68) 99609-3901
(68) 99611-3224
(68) 99610-4372
(68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar:
Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
Qualquer delegacia de polícia;
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
Ministério Público;
Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras) (https://atendelibras.mdh.gov.br/acesso)
Colaborou o vídeorrepórter Mazinho Rogério, da Rede Amazônica Acre.
VÍDEOS: g1
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