Famílias de Itaberá esperam há anos por casas do governo federal


Quarenta casas do programa Minha Casa, Minha Vida não foram entregues.
Falta liberação do Ministério das Cidades para continuar obras, diz prefeito.

 

Quarenta famílias esperam há três anos a entrega de casas populares do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Itaberá (SP). Os contratos foram assinados em outubro de 2012 e a construção começou em janeiro de 2013. Porém, as obras deveriam ser entregues até o início de 2014 e até agora nenhum imóvel está pronto.

A reportagem da TV TEM entrou em contato com Ministério das Cidades, mas não obteve retorno. A empresa “Cobansa” afirma que participa das obras repassando os valores para a construção das casas, à medida que as obras são realizadas (Veja resposta completa abaixo).

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A costureira Vanessa Loureiro é uma das moradoras que aguardam a entrega das casas. “A gente quer a casa por que a gente ganhou. Em 2013 era pra gente estar morando na casa”, ressalta.

A obra é dos governos federal e estadual e, para cada unidade, o Ministério das Cidades repassou um valor de R$ 25 mil e o estado cerca de R$ 16 mil, valores que a companhia responsável pela construção teria recebido  e os trabalhos  estão paralisados. Das 40 casas, apenas 11 foram finalizadas, mas a vegetação tomou conta de tudo. A prefeitura diz ter feito uma reunião com a empresa que alega falta de liberação do Ministério das Cidades para continuar as atividades.

“Nós já fizemos contato com a Cobansa, com o Ministério das Cidades e eles só respondem pra nós que estão avaliando a continuidade da obra. Não tem prazo, não deram nenhuma posição pra gente”, afirma o prefeito Alex Lacerda.

Assim como a Vanessa, a Adriana Cristina Montini também está na espera. Ela afirma que faz tratamento contra câncer, não pode trabalhar e, para pagar o aluguel, conta com a ajuda de uma associação da cidade e com um valor repassado pela prefeitura. “Quem não sonha em poder dizer aqui é a minha casa?”, diz.

Elisabeth Rodrigues tem cinco filhos, sendo que um deles faz tratamento psiquiátrico em Sorocaba. Além disso, ela tem que arcar com o aluguel. Segundo Elisabeth, se ela tivesse com a casa, teria uma preocupação a menos. “Eu tenho ajuda da igreja, um pessoal que me ajuda. Se não fosse por eles eu estava passando fome”, conta.

Contratos foram assinados em outubro de 2012
(Foto: Reprodução/TV TEM)

Em nota, a empresa “Cobansa” afirma que participa das obras repassando os valores para a construção das casas, à medida que as obras são realizadas. A empresa diz que parte do atraso ocorreu porque houve readequação do projeto para unir o programa Minha Casa, Minha vida, um programa federal, com o programa casa paulista, do governo do estado. Além disso, em setembro de 2015 a empresa responsável pela construção desistiu do projeto e só em fevereiro de 2016 uma nova construtora assumiu. Uma família também teria invadido o local e só foi retirada pela prefeitura em outubro do ano passado, atrasando ainda mais o cronograma.

A Cobansa diz que agora aguarda a publicação de uma nova portaria autorizando a retomada das obras, para que assim as casas sejam concluídas e entregues, mas não deu um prazo pra isso.

 
‘Era pra gente estar morando na casa’, diz costureira que aguarda a entrega (Foto: Reprodução/TV TEM)

Famílias esperam há três anos a entrega de casas populares em Itaberá (Foto: Reprodução/TV TEM)

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