Rondônia registra maior queda no desmatamento durante o mês de setembro em toda a Amazônia


Dados do Imazon apontam que Rondônia teve queda de mais de 70% na área desmatada, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Imagem de sobrevoo na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia)
Nilmar Lage/Greenpeace/Divulgação
Entre os meses de janeiro e setembro deste ano, a área desmatada na Amazônia foi a menor em seis anos, segundo levantamento realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em Rondônia, o mês de setembro também foi marcado pela maior queda no desmatamento em toda a região, na comparação com o ano anterior.
Em setembro de 2022 foram registrados 1.082 km² de desmatamento e degradação no estado. Este ano, no mesmo período, foram 296 km²: uma diminuição de 73%.
Conforme os dados do Imazon, mais de 60% do desmatamento aconteceu eu áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. Cerca de 24% aconteceu em assentamentos, 8% em unidades de conservação e 5% em terras indígenas.
Das dez terras indígenas mais afetadas na Amazônia, três são de Rondônia, sendo elas: TI Igarapé Lage, TI Karipuna e TI Sete de Setembro. Lidera o ranking a Terra Indígena Apyterewa, localizada no Pará.
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Setembro foi o sexto mês consecutivo de redução no desmatamento, de acordo com os dados do Imazon, deixando o acumulado dos primeiros nove meses do ano de 2023 com uma área de floresta derrubada quase três vezes menor que no mesmo período do ano anterior.
A mudança foi de 9.069 km² para 3.516 km², a menor área desmatada registrada nos últimos seis anos.
Apesar dos números positivos, o desmatamento na região amazônica nos três primeiros trimestres do ano foi o equivalente a 1,3 mil campos de futebol por dia. Somente em setembro, foram perdidos 546 km² de floresta.
Amacro
AMACRO: Região entre três estados do Norte é conhecida como ‘fronteira do desmatamento’
As regiões mais críticas de desmatamento em Rondônia ficam próximas às divisas com Amazonas e Acre, na região conhecida como AMACRO.
Dados de um estudo do Greenpeace Brasil feito com imagens de satélite identificaram a área onde foram desmatados milhares de hectares de terras públicas. A região passou a ser conhecida como a Fronteira do Desmatamento.
O Greenpeace identificou 27 planos de manejo que derrubaram uma área florestal na junção dos três estados. Segundo o estudo, 16 destes planos estavam dentro de terras públicas federais não-destinadas, ou seja, onde não era permitido haver sequer o manejo autorizado justamente pelo fato de se tratarem de terras públicas, que deveriam ser preservadas.
Ao todo foram desmatados mais de 3.500 hectares na região dois terços destes eram terras públicas. O número de seres vivos mortos no processo chegou a mais de 1,7 milhão de árvores derrubadas em uma área onde viviam ao menos 130 milhões de insetos.
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